sábado, 13 de dezembro de 2008

Meus oito anos

.
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
.
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!
.
Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
.
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
.
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus
— Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
.
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
.
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!
Casimiro de Abreu

domingo, 7 de dezembro de 2008

O que sobrou do céu

Tudo continua no mesmo estado que outrora, a mesma sede e o mesmo estranho sentimento, a incontrolável forma de achar que tudo anda muito cheio de 9 horas e que não existe perspectiva de mudança nos ventos que por outrora não eram sentidos. Uma coisa em forma de bola esta alojada em meu estômago e é fria e nauseante. mesmo com medo do escuro não levanto para ligar a luzes mas permaneço acordado a espera que o sol entre pela casa.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Detalhe

Hoje faz 5 anos que não vejo minha mãe,
Amanhã faz 5 que cheguei a Lisboa,
Próxima parada: Nostalgia.

QI de Abelha

Ontem por mais que meu peito tenha doído, foi sem duvida um dia muito importante para mim. Mafalda, sempre ela que que nestes ultimos meses tem mostrado um pouco do que eu sou para mim mesmo. A mistura dos acontecimentos, as pessoas, o fim-de-semana intenso e um jantar despreocupado na terça e 5 anos longe de casa trouxeram a tona ontem, no sofá da minha terapia uma avalanche de lagrimas. As lagrimas que ninguem me ver deitar pelas faces. Nem mesmo eu. Ontem chegamos a conclusão que eu não aceito a entrega, que não consigo me mostrar pleno e a 100% a ninguem (nem a mim mesmo), que estou sempre a postos a ajudar, aconcelhar, abraçar e dar carinho e afecto mais que ão permito que ninguem me dê de volta esses sentimentos. Medo de incomodar? Orgulho? O que me levou a essa bolha de vidro que entrei faz anos e cujo meu verdadeiro eu também foi posto de lado?

Eu tenho a nececidade de um carinho, um abraço amigo, uma palavra e um beijo. Me sinto absolutamente sozinho, e talvez todos aqueles a quem chamo amigo estariam comigo a qualquer momento bastava eu falar que queria que nesta tarde fria em que não fui trabalhar por conta dessa amigdalite que teima em não passar as vesperas do inicio das filmagens mas, não tenho voz para chamar quem quer que seja aqui em minha sala.

É sempre mais fácil vestir a pele do forte, e talvez quem quer que leia esse post e depois tente puxar o assunto vai perceber que não vou querer falar, talvez esse post não vire post.

Depois da terapia cheguei em casa com uma sede de organizar coisas, exorcizei a sala do jantar da terça, descobri a cozinha em meio a toda louça, encontrei minha cama no meio do quarto e ainda tive tempo de passar a limpo as anotações do ano que vem. Talvez na tentativa de fazer valer as coisas que senti e que de certa forma ontem fez o clique que precisam ser vividas e acima de tudo demonstradas.

KID Abelha pode ser pop banal mas tem as duas musicas que descrevem essa tarde na Av. do Brasil para um menino que acaba de se descobrir ainda no processo adolescente de amadurecimento.

Nada sei (apnéia)
e
Lágrimas e chuva

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Amigdalite

É oco
Não tem tamanho
É pouco
Não é estranho

Sou eu sem factos banais
Perdido no meio da madrugada
Longe demais das capitais
Aguardando alguma chegada

A chuva que não para
Esse frio que só aumenta
essa inverno que não sara
minha alma não se aguenta

Não há vinho nem poesia
Só o sexo falso sem emoção
Não há amor sem Utopia
Um mundo oco e sem paixão

sábado, 29 de novembro de 2008

Poema em linha reta

Fernando Pessoa(Álvaro de Campos)
[538]Nunca conheci quem tivesse levado porrada.T
odos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Duas noites... Duas garrafas de vinho...

Como fosse um par
Que nessa valsa triste
Se desenvolvesse ao som dos bandolins
E como não, e porque não dizer
Que o mundo respirava mais
Se ela apertava assim
Seu colo e como se não fosse o tempo
Em que já fosse impróprio se dançar assim
Ela teimou e enfrentou o mundo
Se rodopiando ao som dos bandolins

Como se fosse um lar
Seu corpo a valsa triste iluminava
E a noite caminhava assim
E como um par
O vento e a madrugada iluminavam
A fada do meu botequim
Valsando como valsa uma criança que entra na roda
A noite tá no fim
Ela valsando só na madrugada
Se julgando amada ao som dos bandolins

grande mísica do Oswaldo que teima em não sair da minha cabeça.

sábado, 15 de novembro de 2008

Fravo Saudade

Eu tinha 10 minutos pra fumar um cigarro antes de trabalhar mas uma sensação me fez preferir postar o que estava sentindo...
Sábado de sol agradável e fui estender roupas no terraço do prédio e uma imagem de Lisboa muito boa, uma energia do caralho...
Entrei "prum" banho daqueles de cantar horas de baixo da agua e quando saí do chuveiro e fui ate a sala, já era quase noite (bendito outono/iverno). O lusco-fusco sempre me deu um prazer singular...

...lembrei do tempo e do entardecer de Recife, o tanto de coisas boas que eu vivi a essa hora e a inevitável saudade do Carnaval, e de Capiba que canta o que quero viver...

"Voltei Recife
Capiba
Composição: Luís Bandeira



Voltei, Recife
Foi a saudade
Que me trouxe pelo braço
Quero ver novamente "Vassoura"
Na rua abafando
Tomar umas e outras
E cair no passo

Cadê "Toureiros"?
Cadê "Bola de Ouro"?
As "pás", os "lenhadores"
O "Bloco Batutas de São José"?
Quero sentir
A embriaguez do frevo
Que entra na cabeça
Depois toma o corpo
E acaba no pé"

domingo, 9 de novembro de 2008

Mais uma dose? Não sei se estou afim.

A sensação de solidão é para muitos triste e melancólica, eu tenho vivido a uma semana minha redescoberta de tantas situações que me fazem estranhamente feliz, calmo e sereno.
Na sexta findava um período abstémio de 42 dias que óbvio esta a ser aguardado por mim e por vários, estranhamente não tinha se quer criado expectativas para. O facto é que pra variar o movimento foi tomando proporções de forma a que no meio da reunião em que estava rolasse uns copos de vinho e mal a reunião acabou, caí na noite como a meses atrás... solteiro e seco(por cerveja, claro)...
Acontece que acho que perdi o ritmo, ou a pedalada. Neste ultimo mês e meio conheci outros bares e acabei por me divertir a mesmo e sexta me vi preso a um programa que devo ter repetido vários finais de semana com a falsa euforia de um alegria forçada, como uma espécie de ejaculação não provocada por um orgasmo mas por uma masturbação mecânica feita com o único objectivo de aliviar as dores escrotais...
Cheguei a essa conclusão do meio da pista de dança, no meio da noite e com os meus amigos da balada no meio da celebração que, meu lugar era em casa. Minha primeira reacção foi sair a francesa, não queria passar pela situação das perguntas: "mas porque? Não tás a gostar? queres ir a outro lado?" Ou ainda: "Fica mais um pouco! não vai agora! só mais uma musica e vamos todos".
Arrisquei, disse: "Tchau" a primeira vez, dancei mais uma música porém acabei por sair o mais rápido que consegui, andei por algumas ruas sozinho a sentir o vento frio a bater no rosto antes de pegar um táxi pra casa e deitei feliz e com a sensação que minha paixão pelas festa tá a cada dia mais a se transformar num amor decorrente a paixão e que merece o respeito de uma amada... para as ocasiões certas e nas proporções que um namoro pede...
...mais 42 dias sem álcool?... porque é que agente é assim?

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Obama

O que faço depois do verbo?
Te sofro a ferida?
Te ligo em seguida?
Ou deixo tudo em aberto?

Permito a alma respirar por instantes
verbalizar se mostrou um avanço
fecho o meu peito e descanso
digo adeus aos meus "eus" inconstantes

Eu não paro
Receio
Alheio
Sono seria raro

A leveza que trouxe a fala
Dói Fragiliza
Foi sentida
Só que agora cala

Quero a paz esquecida
Já não sei o próximo passo
Deixo quieto ou aperto o laço ?
O que é que faço em seguida?

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Daqui a 5 minutos...

O problema não é o que vou fazer, é como vou fazer.
Daqui a 5 minutos o telefone me avisará por uma sms que alguém lá em baixo me espera para uma conversa.
Tenho que ser homem sem "zinho" no final que estou crescido demais para me por em diminutivos.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Charles Chaplin (ou Obrigado Diogo)

"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina.
Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente.
Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.
Daí viver num asilo,até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo.
Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar.
Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria.
Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara pra faculdade.
Você vai pro colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando....E termina tudo com um óptimo orgasmo!!!


Ontem assisti O Grande Ditador... foi o primeiro do Chaplin que vi... uma lição de cinema... pena eu ter quebrado esse preconceito de não dar bola ao Carlitos só por ser tão cultuado... perdi muito tempo longe dele... quero ver toda sua obra... saber mais do mito...

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Mão atadas

A pior prisão que alguém pode me causar é a sentimental, seja ela qual for (já falai aqui das minhas visões sobre amor e paixão) mas talvez a que mais me indigna é a do ciúme que...

"...dói nos cotovelos, na raiz dos cabelos, gela a sola dos pés... dói da flor da pele ao pó do osso, rói do cóccix até o pescoço... você ama o inimigo e se torna inimigo do amor...Caetano Veloso"

Porque pra mim o ciúme é uma prova de desconfiança antes de ser uma insegurança boba e esse sentimento não combina com amor, carinho, amizade e respeito. Me faz questionar se de facto é preferível ser autentico ou fingir ter a moral de um padre da opus dei quando na verdade eu posso até estar a olhar em volta mas seria incapaz de investir na mulher do próximo com a minha ali tão próxima. Eu já demonstrei que não sou bobo a esse ponto, não é de hoje que estou na vida.
Qualquer um dos meus amigos me deixa com o estômago embrulhado quando cobra que dou mais atenção a A, B ou C, que vivo no cinema com D ou que só vou a balada com E e F. Muitos já perderam minha amizade por cobrar momentos e sentimentos que jamais posso oferece-los a quem não "merece" porque amigos são mesmo como as letras que usei para exemplificados, cada um é singular, cada um é um elemento ímpar na construção de uma palavra chamada Jaime.
Talvez haja uma pessoa, ou duas que podem me cobrar ciúmes e por serem de facto insubstituíveis, intransponíveis e intocáveis na minha alma, Edjane Aragão da Rocha (a que me pariu) e Epaminondas Aragão da Rocha (o que saiu da mesma barriga que eu e que faz hoje 20 anos) o mais são pessoas que me complementam, cada uma no seu tamanho e no seu espaço.

Meu pior defeito ou minha maior virtude é até não saber para onde vou mas ter a certeza que faço o caminho sozinho.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Sozinho em casa esqueceram de mim

Tá chovendo, o vento batendo forte nas janelas e na porta da área de serviço do apartamento me fizeram levantar da cadeira e ir até a cozinha pra ver o que se passava, a porta do frigorífico estava aberta...
...é óbvio que só pode ter sido eu a deixa-la aberta, porém a casa escura, o vento soprando e tudo mais me trouxe um medo infantil de:
  • ascender todas as luzes
  • ir a todos os cómodos da casa
  • olhar em baixo das camas
  • apagar de novo todas a luzes
  • fechar todas as portas e trancar bem a porta de saída

Tudo isso com o coração na boca...juro que se não consegui apagar a luz antes de dormir eu pego no telefone e conto tudo pra minha mãe...

domingo, 26 de outubro de 2008

Achei mas estava errado!

Na verdade não é nem do Veríssimo nem do Jabor.

A IMPONTUALIDADE DO AMOR é na verdade de Martha Medeiros
desculpem a ignorância.

A vontade própria do coração ou A impontualidade do amor




Acho que é o Veríssimo ou o Jabor que tem uma crónica chamada " A impotualidade do amor" mas remeto esse título a uma coisa mais parecida com a musica "Flor da idade" do Chico e que diz:


"Carlos amava Dora, que amava Lia, que amava Léa,que amava Dora, que amava Rita, que amava Dito,que amava Rita, que amava Dito, que amava Rita, que amava Carlos amava Dora, que amava Pedro, que amava tanto,que amava a filha, que amava Carlos, que amava Dora, que amava toda quadrilha"


No meio dessas cadeias, encontros e desencontros do coração eu fico a imaginar se o mundo não seria mais bonito se pudéssemos mandar nos sentimentos, que não sofrêssemos decepções pelas escolhas mal feitas que nosso peito faz com vontade própria e equivocada como um miúdo de 17 anos que só descobre a merda que fez quando isso vem a tona em forma de problema.


Assim é o coração.


Agente espera que o amor venha de forma romanceada, as mulheres falam que homem é tudo igual e continuam a espera do príncipe encantado e no entanto só andam por brejos escuros e só simpatizam com sapos. Os homens de forma desconcertadas procuram princesas mudas ou objectos que vestem saias e os verdadeiros príncipes são quase todos mudos e não falam as coisas lindas que sentem e os que falam perderam o tacto. Eu gostaria de saber quem foi que criou as mitologias, queria perguntar porque o cúpido é um anjo infantil e pelos vistos estrábico. Ou ir directamente a Deus e perguntar o porque dele ter criado um sentimento tão confuso e esdrúxulo com o qual a vida é angustiante se o temos e pior se não o temos. O porque do frio na barriga, os porquês dos "ses", "se nãos", "poréns" e sobretudo dos medos. Se o amor é essa coisa tão maravilhosa que faz um mundo amanhecer mais colorido, que faz a chuva ser tão gostosa dentro de casa, que faz com que nossa alma fique tranquila, cheia de paz e alegria porque nos causa tanto sofrimento?

Porque que o amor não é uma ciência exacta?


Eu não falo isso apenas pelo prisma de um relacionamento, falo do amor que temos por tudo aquilo que nos apodera o coração... parece coisa do destino mas tudo que nos dá imenso prazer vai sempre se desviando do nosso caminho. Se amamos o teatro ele não consegue ser o eixo das nossas vidas, se adoramos um amigo ele vive em outro universo e sua nave não chega a atmosfera, se você esta apaixonado você não consegue viver sem o alvo, se o amor é de mãe ela não pode viver as 24 horas do dia a o proteger...


O amor é egoísta, como é egoísmo meu achar que o simplifico mas prefiro acreditar que deve haver um jeito de sentir esse troço sem se arranhar nas pétalas das rosas que ele nos oferece ou talvez acreditar que somos nós que não sabemos o dominar. Porque se assim fosse as manhãs explodiriam em multi cores.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Recarregando

Hoje foi os anos da Mafalda, minha vizinha-amiga-musa. Sua mãe a Tia Cristina, mandou-me uma sms a convidar para o jantar...
Há quase 5 anos que não vivia uma cena como a de hoje. Um jantar em família. Com direito a avós, tios e primos. Eu parecia um puto a ir a casa da namorada pela primeira vez, nervoso e inseguro pela sensação de estar numa situação a qual não tinha lembrança fazia tempo.
Foi tão bom, estar numa casa que por si só já exalava costumes e valores, as fotos no móvel da sala, as senhoras no sofá, as crianças no chão da sala e os homens a falar de novas tecnologias e talvez futebol. As paredes que presenciaram os outros 23 aniversários dela e a sensação boa que a felicidade dela deixava fluir.

Cada dia mais eu percebo que sem esses pequenos valores não conseguimos ir muito longe. Nossa casa é o carregador da bateria da nossa alma.

Até de baixo d'água


O Chicão é sem dúvida um dos melhores acidentes que me aconteceu em Portugal

Pela sua imprevisibilidade

É como ele mesmo diz as vezes

É um irmão mais velho e nossa relação talvez funcione por não termos vivido a infância juntos nem termos sido gerados pela mesma mãe, nos tornamos irmãos ou amigos de infância ais 20 e poucos anos.

Puxa minha orelha, faz piadas, refila, faz a linha "faz o que digo, não faz o que faço" e é carinhoso.

Ontem não sei se ele percebeu mas fez com que um bocado da tristeza que sentia fosse embora por conta de suas brincadeiras.

Ele vive a me tentar fazer ir dormir mais cedo, por conta do meu trabalho e por esta sempre a me queixar de estar cansado.

Ontem entra no quarto com o tom de voz de um pai e me obriga a desligar o computador, não controlei a crise de risos e quando dei por mim ele já tinha me feito deitar, ainda me cobriu, desligou a luz e voltou minutos depois para ver se eu havia voltado para Internet.

Fui dormir a pensar que ainda bem que temos amigos que mesmo sem perceber a importância que teem nos diminui as tristezas...

Mas ele não sería o Chicão meu irmão mais velho imprevisível se antes de sair do quarto depois de ter me posto pra dormir não soltasse um peido valente e sonoro para me fazer rir mais ainda.


No fundo nem as flatulências dele me chateiam hoje em dia...

É bom ter a sensação que o tenho como um grande amigo...

... até de baixo d'água. (sem bolhinhas)

domingo, 19 de outubro de 2008

Usando um poeta pra falar

Busque Amor novas artes, novo engenho,
Para matar-me, e novas esquivanças;
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê;

Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei por quê.

Luís de Camões

sábado, 18 de outubro de 2008

Pela Estrada

A pior saudade é a antecipada, é aquela que começa antes mesmo da ausência da pessoa e neste caso especifico das pessoas. Quando se é actor, o ultimo espectáculo da temporada é o ponto de partida para um período de ressaca que desidrata nosso coração como o álcool desidrata o fígado de um alcoólico. Quando nos envolvemos apenas na produção, é a estreia que nos trás a rebordosa, mais forte por não ser álcool. "Navalha" foi em 17 dias para mim, a casa, a comida e o tempo. E nessa casa, eu tinha uma família, algumas refeições regadas a grandes conversas mas sobretudo estava na minha espécie de "lar, doce lar" e que de forma muito especial me trouxe alguns presentes. Sem dúvida saio mais rico em afectos, bagagens e ideias. Quero projectar no futuro todos os pensamentos que criei nesse "processo"...
...O que dói mesmo é o vazio que os próximos dias me trará, a falta, a ausência de tudo o que existiu de tão intenso...eu preciso de mais chá, eu adoraria continuar o "processo", acho que me apaixonei pelo "processo", pela amizade deles, pelas coisas que trocamos, pelos bules que esvaziamos, pelo resultado que conseguimos e por todos os sentimentos que nos proporcionamos.

domingo, 5 de outubro de 2008

esgotando o delírio

"O artista tem que ser gênio para alguns e imbecil para outros. Se puder ser imbecil para todos, melhor ainda."

sábado, 4 de outubro de 2008

Cara Mafalda! Ou... Querida Psicóloga!

Você em nossas conversas as terças me fala para expressar de facto meus sentimentos, estou a tentar a cada dia trabalhar em mim o deixar essa coisa do fazer tudo para agradar todo mundo e ter sempre amigos por perto mesmo não resultando como eu queria. Já escrevi a todos os meus amigos do Brasil a tentar uma reaproximação e apagar esse tempo em que fiquei sem dar notícias e escrever emails melosos. Aqui em Portugal já disse alguns "nãos", priorizei o que de facto é importante para meu desenvolvimento, tracei metas e objectivos precisos para alcançar o que de facto desejo MAS...
Como lidar com esse bichinho chamado "medo de magoar"?
Hoje mesmo queria que as circunstancias fossem outras, que as coisas acontecessem de forma diferente MAS...
Como me Expressar para as pessoas de forma mais clara?
De que forma eu ponho pra fora o Jaime que se sente mais pleno quando sai da discoteca e desse a pé pelas avenidas a procura de concentração e que precisa desses momento como precisa do teatro pra respirar? MAS...
Continuo a espera que as pessoas entendam minha cabeça, meu mundo e meus sentimentos se o que a senhora deveria primeiro me ensinar era a forma de abrir a boca e falar tudo que sinto.
Acho que estou querendo me fechar em copas mais uma vez. Pintar o cabelo de vermelho novamente ou rapar a cabeça toda pra tentar fugir do agora.
Esses "MAS" trazem em si um peso que as tantas não sei se consigo segurar, queria que a coisa acontecesse mais leve, de formar mais calma.
Tenho medo de, surtar de uma hora para outra e fazer no impulso uma limpeza geral no coração e acabar por varrer quase tudo que apenas serve para alimentar os Jaimes que fui criando e cujo o Jaime que anda sozinho pelas ruas não sente a mínima falta.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Novos Ares


Quando António Terra me chamou para dar uma força na sua versão desse espectáculo, não duvidei . Estar envolvido numa produção sempre teve em mim o efeito de umas boas férias, é como se eu viajasse ao verdadeiro universo que me faz pleno e lá tudo que acontece é um barato. Com o "navalha" não tem sido diferente, embarquei numa estação por Algés com o texto na mão a fazer de bilhete e comecei a parar em sítios interessantes da noite e sem a intenção de festejar mas de farejar, encontrar coisas e signos para que os actores e as tantas até eu pudesse usar. A viagem na verdade só agora começou mas já me trás uma sensação de ter começado a muitos dias, já respiro o momento como se esse novo ar já tivesse sido soprado a mais tempo.
Mas o melhor das viagens são os passageiros que nos fazem companhia a onda e sintonia dos actores é uma maravilha. Diogo tem atenção ao que se diz, busca o equilíbrio para cena, faz sempre a piada no momento errado e mesmo assim nos faz rir, Tiago me deu uma grande lição com a coragem que está a ter ao encarar uma personagem tão forte e ainda tem tempo de brincar, Cláudia mas uma vez afasta em mim um preconceito que já havia perdido com a Valéria ao me provar que quem faz televisão não é assim tão snobe e me desconcerta ao me mostrar uma personagem cheia de força quando se mostra tão meiga e delicada.
Só por essa energia eu garanto que é um espectáculo propenso a funcionar e tenho certeza que muitos dos que forem ver vão sem duvida "viajar".
PS. Claudinha! O jantar estava uma beleza, menos o sumo... mas o melhor desta tarde foi perceber muita coisa em comum contigo...

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

"Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala. O mais é nada."


Porque se ela fosse um poema, seria de Fernando Pessoa

Se fosse uma música, seria de Cazuza

Se fosse uma Frase, seria da Clarisse

E até nas coisas bobas da vida ela seria especial


Seria uma novela do Gilberto Braga

Uma Chuva refrescante em pleno galo da madrugada

A onda que bate na praia e limpa a areia dos pés

A musica que a rádio toca no transito infernal


Seria uma bicha se não tivesse sido esperta

E eu seria ela se não fosse seu amigo.

domingo, 28 de setembro de 2008

Anjo pornográfico


"Antigamente, o defunto tinha domicílio. Ninguém o vestia às pressas, ninguém o despachava às escondidas. Permanecia em casa, dentro de um ambiente em que até os móveis eram cordiais e solidários. Armava-se a câmara-ardente numa doce sala de jantar ou numa cálida sala de visitas, debaixo dos retratos dos outros mortos. Escancaravam-se todas as portas, todas as janelas; e esta casa iluminada podia sugerir, à distância, a idéia de um aniversário, de um casamento ou de um velório mesmo."


quando leio coisas desse tipo é que chego a conclusão do quanto eu gosto dele, como eu me identifico com esse senhor...

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Projetando 7 desejos pro resto da semana

  • Uma garrafa de uísque
  • Gelo muito gelo
  • "Back to black" nas alturas enquanto danço o CD todo
  • Encontrar com os amigos na sexta
  • Duas latas de leite condensado pra fazer uma tonelada de brigadeiro
  • Comédia boba em DVD
  • Beijo de boca
Não necessariamente nesta mesma ordem.
OBS. Trocaria tudo isso por um show do Mika em Londres ou a recuperação da Amy.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Eu versus Eus

Qual desses de mim é o verdadeiro?
O que passa a noite pelos bares
ou o das tardes passadas em sossego?
quantos desses de mim são similares?

Não sei de quantos me perdi
ou daqueles que tornei a encontrar
Ou em quantos espelhos reflecti
todo eles que não queria encarar

São como se fosse capas que se veste
Guardados de uma forma desorganizada
São vários como uma espécie de peste
peste essa cada vez mais espalhada

Tenho pesquisado uma cura
algo que dissipe talvez esses todos
uma vacina forte, fulminante e pura
que erradique só aqueles que são tolos

Que sobre só o que mais me identifica
aquele que de longe se veja que sou eu
Que seja aquele que mais me exista
e deixe a certeza que o resto já morreu

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Um doce de candura

Foi mais pelo fervo de ser a Madonna e a companhia dos meninos que fizeram com que, de ultima hora eu decidisse ir ao show.
Robson de partida para uma longa temporada em Recife, Bruno com aquela alegria que alucina e chama minha alma pra festa, e a cereja no topo do bolo era o Caetano que além de sair raramente com a turma, é O FÃ da Rainha do Pop. Acabei me jogando.
A estrutura do espaço foi péssima (que falta faz o Roberto Medina), poucos bares, nem sinal de casas de banho e uma entrada só para uma atracção que já se sabia ter a lotação esgotada. Passamos duas horas na fila.
Do show e da "donna" eu digo que não é um show. É um espectáculo, muito bem dirigido, produzido e ensaiado. A luz esta divinamente desenhada e marcada. As coreografias executadas com a precisão de uma gueixa e esse conjunto torna-o tecnicamente perfeito.
A concepção do Re-Invention Tour que vi no Pavilhão Atlântico, era mais elaborado porém era o ultimo da turnê mundial e apesar do show encher mais os olhos, ela estava mecânica e fria ao passo que ontem como foi um dos primeiros concertos pondo que o Stick & Sweet tem pouco mais de um mês ela transmitiu mais emoção (talvez no Brasil ela já esteja estafada de subir e descer tantos degraus).
Não gostei da versão de Human Nature que é minha preferida dela seguida de Vogue que foi a melhor coreografia da noite, gostei também do flamengo e das saias por cima de outras saias tiradas uma a uma por uma bailarina sesualíssima (teatro puro). dispensava as quatro Madonnas que aparecem em estilo "VitrineViva" que a verdadeira ia comandando os movimentos, achei meio brega.
O melhor mesmo foi ver uma Infra-estrutura técnica de palco que funciona de forma perfeita aos olhos da plateia. Talvez Caetano tenha razão, ela é uma rainha. Madonna não canta mas para uma coroa ela está no palco como se fosse uma garota de vinte anos. Ela acredita na pose, pula corda, dança, troca de roupa, sobe e desce de carros e mesas de Djs e pára na pose, no momento certo e no lugar certo do palco.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Volver...

Depois do verão não-verão
Depois de idas aos supermercados
Baladas e bairro

Além de todo o SE e o SENÃO
Além dos milagres e os pecados
Estou de volta que nem um raio.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Velha roupa colorida!


Na rua em que cresci, minha mãe dizia que ela mais três engravidaram dos primogénitos quase ao mesmo tempo. Em 9 de Julho nasceu Tiago filho de Rose, acho que em Setembro ou Outubro nasce o segundo Tiago filho de Emília, a 10 de Dezembro nasce Eraldo Júnior, filho de Neta e cinco dias depois eu nasci. Essa foto foi o Júnior que através do Orkut me encontrou e mesmo sendo o que tinha menos contacto na infância (não nos falávamos desde muito pequenos, por mais que tente lembrar porque eu não faço ideia mas foi algo que fez com que entrássemos na adolescência sem jamais nos falar) justo ele me deu esse presente de relembrar tanta coisa boa numa única imagem... eu adorava essa camisa... minha mãe ameaçava jogar ou dá-la a algum menino toda vez que eu pedia pra vestir a dita cuja... lembro do dia em que eu fiz ela comprar... O Chicão e a Emili brincaram com o estilo (já era de cedo a mania de querer aparecer?)


O que sei é que acordei meus tempos de menino e o casal entrou bonito na viagem e passamos boa parte da noite a brincar de esconde-esconde no apartamento, desligamos todas as luzes, fechamos as janelas e o resultado foi muito riso e um corte no lábio do Chicão resultante de um encontrão com a Emili...


Será mesmo que o passado é uma roupa velha que não nos serve mais?

sábado, 19 de julho de 2008

?


Qual o assunto que mais lhe interessa?

Qual o assunto que mais lhe interessa?

Além da vida in vitro feita nas coxas

E vivida às pressas


A empresa da guerra

A mais-valia da morte

A última sentença

A violência nas ruas

O bio terrorismo


A soja transgênica

Clonagem da mente

Dos órgãos vitais

A nova ciência

Moral decadente

Tradição milenar

Outra tendência


Suicídio, livre arbítrio

Aborto consentido, eutanásia

A dívida congênita

O quinto partido, o tempo

Das máquinas


Monarquia playback

A república inventa

O eclipse lunar,

a decadência moral


A calota polar, o império dos egos

O vidente cedo, o cachimbo de Édipo

A paixão de Romeu, colapso dos mares

Crianças sem lares, a ausência de Deus


A assembléia dos loucos,

O juízo dos lobos

A vontade dos céus

A escala econômica em que o crime compensa


Qual o assunto que mais você pensa?


Sexo, amor, culpa ou inocência

A dieta do Papa, o segredo de Fátima

A última penitência


Bom dia Vietnã, boa noite Bagdá

Adeus Sherazade


Qual o assunto que mais lhe interessa?

Qual a verdade em que mais você pensa?


O fim da natureza

E o final da história

Glória, glória, glória?


Apenas uma canção invento agora

Um poema

Amadrugada é silêncio, a dor acalenta


Esquece o início de tudo e o fim dos tempos

Deita no colo de tua amada

Onde da misteriosa expansão do nada

O universo se alimenta


Qual o assunto em que mais você pensa?

Qual é a verdade em que mais você sente?

Qual a mentira em que mais acredita?

Qual é o nome que você mais grita?

Qual é a força que mais te enfraquece?

Qual é a fome que mais te alimenta?

Qual é o prato que mais te apetece?

Qual é o mapa que mais te orienta?

Qual é o jogo que mais você ganha?

Qual é o ganho que mais te enriquece?

Qual é a perda que mais você chora?

Qual é a casa em que mais você mora?

Qual é a frase que mais você fala?

Qual é a fala que mais você cala?

Qual é o assunto que mais você teme?

Qual é o tema que mais ignora?


Qual o assunto que mais lhe interessa?

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Milord

Allez, venez, Milord!
Vous asseoir à ma table;
Il fait si froid, dehors,
Ici c'est confortable.
Laissez-vous faire, Milord
Et prenez bien vos aises,
Vos peines sur mon coeur
Et vos pieds sur une chaise
Je vous connais, Milord,
Vous n'm'avez jamais vue
Je ne suis qu'une fille du port,
Qu'une ombre de la rue...
Pourtant j'vous ai frôlé
Quand vous passiez hier,
Vous n'étiez pas peu fier,
Dame! Le ciel vous comblait:
Votre foulard de soie
Flottant sur vos épaules,
Vous aviez le beau rôle,
On aurait dit le roi...
Vous marchiez en vainqueur
Au bras d'une demoiselle
Mon Dieu!... Qu'elle était belle...
J'en ai froid dans le coeur...
Allez, venez, Milord!
Vous asseoir à ma table;
Il fait si froid, dehors,
Ici c'est confortable.
Laissez-vous faire, Milord,
Et prenez bien vos aises,
Vos peines sur mon coeur
Et vos pieds sur une chaise
Je vous connais, Milord,
Vous n'm'avez jamais vue
Je ne suis qu'une fille du port
Qu'une ombre de la rue...
Dire qu'il suffit parfois
Qu'il y ait un navire
Pour que tout se déchire
Quand le navire s'en va...
Il emmenait avec lui
La douce aux yeux si tendres
Qui n'a pas su comprendre
Qu'elle brisait votre vie
L'amour, ça fait pleurer
Comme quoi l'existence
Ça vous donne toutes les chances
Pour les reprendre après...
Allez, venez, Milord!
Vous avez l'air d'un môme!
Laissez-vous faire, Milord,
Venez dans mon royaume:
Je soigne les remords,
Je chante la romance,
Je chante les milords
Qui n'ont pas eu de chance!
Regardez-moi, Milord,
Vous n'm'avez jamais vue......
Mais... vous pleurez, Milord?
Ça... j'l'aurais jamais cru!...
Eh ben, voyons, Milord!
Souriez-moi, Milord!...
Mieux qu' ça! Un petit effort...
Voilà, c'est ça!
Allez, riez, Milord!
Allez, chantez, Milord!
La-la-la...
Mais oui, dansez, Milord!
La-la-la... Bravo Milord!
La-la-la... Encore Milord!...
La-la-la...

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Minha Rua de cabeça para baixo...






... ou 360 graus de ontem pra hoje!






Ontem de volta pra casa, no 83, ao pedir paragem na Av. do Brasil ao mesmo tempo que eu, levanta-se uma menina, me olha nos olhos e Pimba! Corremos pros braços um do outro e quase caímos no meio do autocarro.


Trata-se de Mafalda Jara, essa menina linda que por coincidência esta numa imagem postada por mim a dias atrás. Nos conhecemos na ACT (Escola de Actores) e nos tornamos amigos em poucos dias, ela é um amor de pessoa e tem um senso de humor raro, além de um talento enorme, acontece que ela e eu perdemos contacto há alguns meses e ontem o papo de 15 segundos antes de chegar ao destino final foi assim:




Pra onde vais? pergunto eu.


Ao passo que ela diz: Pra casa!


Eu moro aqui na Avenida do Brasil e tu? Fui longo soltando a questão e ela:


Cala-te! Também eu!


Vibrei e esclareci: Sabes os prédios amarelos? Eu moro no Terceiro.


Ela solta uma gargalhada e grita: Eu moro no primeiro prédio amarelo!




Resumindo, eu e ela moramos a distância de um prédio e jamais nos vimos, de ontem pra hoje já conhecei, a mãe, os três irmãos, a porteira do prédio dela, o filho da porteira e a namorada gravida dele, a senhora do café, o loirinho do café que eu sempre achei bonitinho mas não entendia quem era ele ali sempre na esplanada a ler jornais e o melhor de tudo, além de ter uma grande amiga vizinha eu acabo de criar uma referencia da Rua que moro, ela agora deixa de ser apenas meu apartamento, minha porteira e o pingo doce e passa a ser algo mais familiar. Ela estudou na escola dos fundos do nosso estacionamento, seus irmãos também, viu as transformações vividas pelo Hospício a frente dos nossos prédios, já acostumou com o barulho dos aviões uma vez que nasceu e se criou aqui e me devolveu o prazer de ver e achar piada nos valores que me transmite ao ver uma família completa com avó e tudo e me mostrar que aqui não existem só pessoas e sim pequenos núcleos espalhados em meia dúzia de construções amareladas.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

E essa? o que nós pensamos?

Sexo e a cidade


Eu não sei o que rolou mas o Chico ontem deita na minha cama e solta meio que de voz baixa:

"Jaime, você deveria namorar! Assim podíamos fazer programas à quatro"

Acontece que a namorada dele Austríaca chegou e desde de sexta-feira que eles me chamam para os mais românticos dos programas e eu, estou sempre rejeitando. De repente ele mexeu num assunto meio sério, creio eu, pois comentando com o Renato hoje ele foi taxativo:

"Era bom mesmo Jaime, ai você acalmava um pouco"

Como assim? Acalmar? Estou tão bem comigo mesmo! Apesar de me comportar como a Samantha Jones, há um lado Carrie em mim que sonha com um Mister Big mas ao contrário das séries televisiva, quatros anos de "solterice" me fizeram abri uma margem maior de espaço para mim, chega um dia que naquele domingo você quer estar sozinho ou no sábado ir pros copos só com os amigos... tenho medo de viver em função de um relacionamento e perder a hora do cinema qualquer dia. E meu ritmo boémio? Quem vai namorar um cara que começa a curtir o fim-de-semana na quinta-feira?eu devo ser muito egoísta numa relação. Essa história de "meu bem" pra cá "meu bem" pra lá, comigo é mais em baixo. "meus bens" pra cá "seus bens" pra lá.


terça-feira, 1 de julho de 2008

De volta...

Depois desse corre corre que foi meus últimos dias, só um acontecimento muito bom para fazer com que eu, as quase cinco da manhã de uma quarta-feira "poste" alguma coisa.

Edson Carvalho, um amigo maravilhoso mas pouco presente, convidou-me pra um jantarzinho em sua casa... presentes: Uma Catalã, um cineasta brasileiro filho de polacos, uma atriz portuguesa meio caboverdiana meio angolana e um português. Um papo maravilhoso, um cineasta delicia e musica brasileira além de vinho verde e ÓTIMAS conversas... o youtube se fez presente como ponto de referencia de alguns papos, a descoberta de uma cantora francesa que me deu uma lufada de ar fresco nas ideias (engraçado que hoje esta pensando que nunca mais tinha tido uma sensação dessas, de descobrir algo ou algum artista que me trouxesse essa sensação boa de conhecer algo novo ou mais do mesmo feito com boa qualidade)... Nelson Rodrigues pra lá, Chico e Caetano pra cá e lá pelas duas quando pensei que já voltaria lindo pra casa, na porta o cineasta e a catalã me fazem um convite inesperado. Tejo Bar! Topei sem pensar no dia seguinte. Lá, aquele ambiente doido, mil e quinhentos músicos com seu violões e MPB de "crasse" até o fim da noite. Mais papos interessantíssimos e os dois ainda me deixaram no Marques para amenizar o táxi e combinarmos algo antes dele voltar para Paris onde esta trabalhando e pesquisando coisas de cinema e jornalismo. Ainda bem que a vida tem dessas coisas. O mundo inteiro acordar e agente dormir!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Pegando em merda!


Hoje estou eu no Largo Luís de Camões, fazendo uma performance para a Amnistia internacional, com um fato laranja e as mãos algemadas a fazer menção aos prisioneiros torturados de Guantanamo e isso tudo, quando, eu e outro actor inventamos de brincar na saída de ar do estacionamento (fazendo a linha Marilyn). Nesse momento vai passando uma comitiva diplomática com uma escolta policial. Nem se quer dei conta que um dos tais policiais parou em minha frente e começou a controlar meus movimentos, tudo muito rápido mas em questão de segundos percebi seu ar de poucos amigos para meu lado, quando o carro principal passou na minha frente, meu corpo gelou, um cara de turbante, de barba e óculos escuro. Estava explicado que eu era a pessoa errada, no lugar errado e na hora errada.

o que ele deve sentir quando olha pra essa foto?

domingo, 22 de junho de 2008

Como será minha semana


Dando bola

Sujeitinho provocante
qualidade que me testa
Que poder aliciante
um tiro em minha testa
Seu sorriso alucinante
fura o muro que me resta
E a piada lancinante
muda o rumo dessa festa
Meu desejo causticante
tua sombra em minha resta
Quero ser anunciante
sua mente é que não presta
Seu jeintinho confiante
de insegurança nem uma fresta
Há de ser emocionante
o momento em que te empresta
O teu toque sufocante
é pro meu corpo o que empesta
Não te vejo importante
para seguir com essa palestra

Mas quem sabe adiante
eu não te cause uma molesta...

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Banho Frio

Eis que um amigo colorido, conhecido num sinal de Lisboa manda-me um sms a perguntar se mesmo com esse tempo sem nos falar (uns 30 dias) eu não sentia vontade, respondi que mesmo com o corre-corre dos últimos dias eu, desde que ele me falou de fazer a três, que não pensava em outra coisa ao passo que ele indaga se no fim de semana ou durante a semana, respondo que no fim de semana e durante a semana ele devolve um é verdade preciso mesmo sentir o teu corpo e ouvir teus gemidos eu imploro-o que nem me fales e ele, ele, que é um simples amigo colorido em horas maravilhosas, termina as sms's com um boa noite miúdo!
Um carinho não comum aos amantes. Disse boa noite rapaz! Que é o que ele costuma ser pra mim na cama e desci do último metro nesta noite que parece ser a mais quente do ano. Suor por dentro e nos poros, cheguei em casa e só um banho frio seguido de um cigarro e uma poesia escrita ainda em pêlo e molhado para conseguir vim postar. Um tesão de morte.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Quem tem cú, tem medo


Em homenagem a minha bisavó, Maria da Paz. Pois quem tem medo de cagar, não come!

terça-feira, 17 de junho de 2008

Trumps

Depois que você sai do "after"
Se esconde em que viela?
Quando sai durante o dia usa gliter
ou faz a linha com essa cara amarela?
Continua fingindo ter estirpe
ou cai do salto e atravessa a Benguela?

Você que não lê livros nem jornais
fugiu da escola e não fala inglês
Não curte jazz mas só pop's banais
usa o caro perfume não por ser um for home francês
mas por ser daquela marca do topo dos mais mais
É para você que estou falando dessa vez
cala a boca e escuta essas palavras quase letais

Não presto atenção ao teu ténis
por isso pode os tirar
prefiro saber o tamanho do teu pénis
e não as cuecas que você teima em mostrar
se consegue uma Vogue até as pernas tremes
por uma calça assinada você é capaz de matar

Passa a semana no ginásio
o dia na net fazendo pegação
A vida toda no armário
a eternidade sem noção
Mal aprendeu o cabeçalho
já passa a noite fazendo carão

Suas ideias são fúteis
as palavras uns deslizes
As coreografias não são úteis
ande direito não deslifes
tira a maquiagem mostra sensatez
só as normais é que são felizes

Enquanto você decora o hit
outros rapazes pegam SIDA
Na discoteca não se irrite
se eles te derem uma mordida
Não há nada mais que incite
À um vampiro a sua vida

Seu quotidiano normal
vegetar vinte quatro horas
Dá seu bom cú e chupar pau
chamar as outras de senhoras
E a sua cavidade anal
igualzinho a um canteiro de obras

Abre os olhos e se liga
você ainda faz a tempo
Dá um rumo nessa vida
corre atrás do conhecimento
Abre a mente e organiza
faz melhor o pensamento

Não é só sua roupa
nem seu tempo de estrada
Não pensa que a noite é pouca
sobe logo essas escadas
Não compra só grife e poupa
para quê tanta roupa assinada?

Vai à rua conhece outro meio
vai ao teatro consome cultura
Sai desse parque vai dá um passeio
chega uma hora que "pinta" satura
Talvez um dia eu acerte em cheio
descubro um remédio burrice tem cura.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Só na metrópole

Segunda que chega ao fim com uma sensação fabulosa... sair do ginásio, passar na casa de um amigo por volta das 21, jogar conversa fora... saltar no inicio da Avenida em que mora só pra sentir a brisa fria ultrapassar a T-shirt... o melhor de tudo, chegar em casa e não ter ninguém... ver que por ajuda da chegada do verão as janelas ao redor teem os estóros levantados... ver vida nas outras casas... fumar um cigarro com a tv ligada a passar um documentário sobre fotografia e você assistir o tempo de um cigarro mesmo com a certeza que não vai acompanhar o programa até o fim... banho, seguido de chá e dentes lavados... os carros e aviões junto das ambulâncias continuam lá em baixo a fazer seu trabalho de BG e um primeiro bocejo brotar de sua boca já acomodada com o resto do corpo e o livro, sobre o lençol e a cama...

domingo, 15 de junho de 2008

Ressaca?

Ressaca não, uma homenagem póstuma a Jamelão que faleceu ontem e hoje minha cabeça acordou com a bateria da mangueira fazendo a festa lá dentro...

sábado, 14 de junho de 2008

Na sala...


Todo mundo sabe que uma das melhores e única das coisas boas que herdei da minha família foi o gosto pela celebração, adoro receber amigos em casa e se pudesse seria uma espécie de Vinicius de Morais e suas famosas "vinissadas" em casa onde se ouviam em primeira mão as novas bossas e onde estreavam nomes como Nara, Chico e Tom e João Gilberto eram pratas da casa. Esse foi sem dúvida meu melhor Santo António aqui em Lisboa, todos os outros anos marquei com mil e quinhentas pessoas e em uma festa grande, com tanta gente junta, rola sempre aquela história de falta Fulano, levanta a mão na multidão que Sicrano ta perdido e vamos lá na casa do cacete que Beltrano esta afim de passar lá pra cumprimentar uma amiga. O resultado é sempre uma noite pra lá e pra cá. Esse ano eu ia ao Porto, mas uma visita ao dentista deixou-me alguns euros mais modesto e acabei por ficar em casa. Numa sequência rápida descemos eu, Renato e Carlos. Praça do comercio, Campo das cebolas, Alfama, Igreja de Santo António, uma vela, uma moeda e já tá, acabada a parte folclore. Subimos para a Bica, paramos numa esquina, encontramos com A Cris (uma menina que estou adorando conhecer), Well(Um chato que eu A-D-O-R-O), e André (O Tuga simpatico mesmo tão calado). A noite foi uma graça, bom papo e eu bêbado a chamar o Well de Wil a noite toda. O fato(facto) é que fiquei com um gostinho de quero mais na boca e no sábado já acordei fervilhando por um jantarzinho com as mesmas pessoas... eu sou repetitivo.

...com Danuza.

Coisa simples, só para quem estava na noite anterior, mais o Chicão que apesar de também estar nos santos, entrou no Hall dos amigos que eu não combinei de ver. Nem preciso dizer que adorei a noite, ficar até 5 da manhã em conversas ótimas (óptimas, é assim mesmo Well!), é maravilhoso quando novos amigos dão essa lufada de ar fresco em nosso cotidiano (quotidiano). Tem muita coisa nova acontecendo a minha volta, aqui dentro também. E a Danuza Leão marcou presença também, rolou um papo ótimo e foi com ela que conversei antes de desabar na cama e só acordar agora. Qual terá sido o assunto que não falamos ontem a noite? Até agora estou a procura de um porque até onde eu lembro, nem mesmo Jesus Cristo, sua mãe e sua avó, entraram também. CLIMÃO mesmo (eu tinha que usar essa palavra, era mais forte que eu) fui eu que causei, pois não queria deixar ninguém sair da sala e a Danuza que me perdoe por essas duas coisas: não saber a hora de acabar uma festa e nunca retirar os objetos (objectos) de higiene pessoal do banheiro (casa de banho). imagina, minha escova de dentes ia viver esquecida numa gaveta pois todos já estão cansados de saber que adoro receber os amigos em casa. Como minha família.

domingo, 8 de junho de 2008

You Know I'm No Good

Amy Winehouse
Meet you downstairs in the bar and heard

Your rolled up sleeves and your skull T-shirt
You say "why did you do it with him today?"
And sniff me out like I was Tanqueray

Cause you're my fella, my guy
Hand me your Stella and fly
By the time I'm out the door
You tear me down like Roger Moore

I cheated myself
Like I knew I would
I told you I was trouble
You know that I'm no good

Upstairs in bed with my ex-boy
He's in the place, but I can't get joy
Thinking of you in the final throws
This is when my buzzer goes

Run out to meet your chicks and bitter
You say when we're married, 'cause you're not bitter
There'll be none of him no more
I cry for you on the kitchen floor

I cheated myself
Like I knew I would
I told you I was troubled
You know that I'm no good

Sweet reunion, Jamaica and Spain
We're like how we were again
I'm in the tub, you're on the seat
Lick your lips as I soak my feet

Then you notice a lickle carpet burn
My stomach drops and my guts churn
You shrug and it's the worst
To truly stuck the knife in first

I cheated myself
Like I knew I would
I told you I was troubled
You know that I'm no good

I cheated myself
Like I knew I would
I told you I was troubled
Yeah, you know that I'm no good

Entranhamente esta musica não sai da minha cabeça essa semana e era tudo que eu queria dizer pra você... Mas talvez você não tenha se enganado também...

sábado, 7 de junho de 2008

A poesia tem roubado metade da minha vida esses dias

Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.

Foi tio Mário que falou isso...

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Despois da ressaca

Muitos falaram mal, a impressa criticou... meu amigos, conhecidos... porém depois de todo fim-de-semana, dois dias de rock in rio e ontem o bar da Vivi... hoje é minha vez de falar sobre ela.


Quando o show começou eu já estava louco, era show da Amy "tava" valendo. No palco viu-se o que todo mundo já falou. Atrofiada, sobe um peso enorme, plateia de respiração presa e os músicos em volta, com um olho nas notas outro na musa. A cantora de culto, magra, suja, feia e quase sem voz. Enquanto mais de 90 mil pessoas sofriam a cada escorregão, a cada vez que ela esquecia a letra ou qualquer outra coisa, eu viajava na cena do mito que se auto-destrói. Para mim é algo de sublime (e me perdoe a morbidez) existir nos dias de hoje um artista que enquanto as demais menininhas pousam de anjos do pop, numa época que a industria fonográfica cria verdadeiros personagens para vender não só a musica mas tudo a volta deles. A "menina" Amy já havia provado que tinha potencial artístico em geral, voz, presença, repertório, poesia e o caralho. O facto dela consumir o que quer que seja e fazer da vida dela o que bem quer, é única e exclusivamente problema dela. A culpa do circo dos horrores visto no Parque da Bela Vista é nosso em geral. De quem contratou, quem deixou vir, e quem foi assistir. Ela não pediu a ninguém para esperar 45 minutos ou o que seja. Eu desde a primeira musica paralisei na força dela. Para quem nunca subiu ao palco, talvez não saiba o quão difícil controlar os medos, os imprevistos e o pior, as reacções da plateia. Ela talvez não estava lúcida ao ponto de se preocupar tanto com isso, mas ninguém, por mais chapado que esteja, fica indiferente a 90 mil pessoas. Acompanhei a luta dela durante todo show e lavei a alma ao ver que mesmo com todo aquele universo conturbado ela começou e terminou o show. Na sua expressão rolava muito desespero, ela não conseguia por o microfone no pedestal, nem por a guitarra, esquecia a letra, mas não desistiu. Ela matou meu desejo de não ter visto Elis Regina em palco. O que vi na verdade foi uma mulher cheia de força, que talvez não aguente muito tempo ( Deus queria que ela continue contrariando) mas fica no meu Hall de pessoas extraordinárias que passam por aqui cheios de pressa, mostram que são superiores a esse mundo medíocre e depois vão pra onde talvez essas coisinhas não sejam importantes. Aquela noite fica para historia de quem odiou mas também fica para aqueles que sabem como pensa um artista e olha para os factos por um outro prisma. Ninguém tem compromisso com essa vida, nem vocês que não entendem isso, nem eu e muito mesmo... Ela.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Quando o MSN vira beleza

O Porque de ser romântico

Para que um namorado do seu lado?
Só pra irem juntos no verão a praia?
ou no cinema no domingo a tarde?
talvez isso aconteça
e talvez só por isso aconteça
pra ter um domingo a noite depois...ou um sábado pela manha
numa explanada "prum" pequeno almoço
Nós três

eu, ele e o publico
ou sem pensar em traição
eu, ele e a timeout
se os jornais envelhecerem
se as horas se passarem
eu, ele e o por do sol
vamos "prum" jardim
eu, ele e a relva
ta a esfriar
vamos para a sala
eu, ele e a lua
e se os meses passarem
a sala esquentar
eu, ele e a praia
eu, ele e o calor do chão da sala

eu, ele e uma discussão
eu, ele e o tempo querendo roer
eu, ele e o ciúme
eu, ele e o desejo
as pazes na cama
a cama, ele e eu
o chão da sala
a mesa

eu, ele e um plano
eu, ele e uma viagem
de mochila nas costa
rumo á Áustria
Berlim ou Veneza?
se falta de dinheiro
eu, ele e o norte do pais
e o geres ali
excelente a nossa espera
eu, ele e uma casinha no campo

De volta a realidade
eu, ele e a falta de estacionamento em Lisboa
eu, ele e os amigos dele
eu, ele e os meus amigos
eu, ele e os nossos amigos ciumentos
orgia social
orgias sociais de sábado a noite

eu, ele champagne e morangos
três anos de namoro
eu, ele e uma fantasia qualquer

eu e ele
eu, ele, ele, eu forever
como se fossemos personagens
o nosso amor um filme
eu e ele projectados numa sala
e dois rapazes assistindo
o nosso romance
no cinema num domingo.

domingo, 25 de maio de 2008

Feijoada quase completa



Foi meio de repente, a dias queria fazer alguma coisa na casa nova que já há 4 meses não era lá tão nova, mas de facto (fato) esse foi o primeiro open house aqui no "Apê". Dois amigos de Londres ficaram de passar por cá, mais uns amigos, que acabei por chamar outros amigos, e ontem na balada convidei mais outros que não havia encontrado e resultado: domingo meio de sol e cerca de 20 pessoas aqui na sala. Tudo corria mais ou menos bem, para além de um anfitrião que nunca sabe dar atenção a todos os grupos, a não sentir-se bem com a falta de entrosamento deles, alguns choques culturais e blablabá... Tempos depois um deles fumou um cigarro meio atravessado e sem grandes 9 horas me cai amarelo e desmaiado no chão. Pânico. Não pelo acontecido pois eu nessas horas sou tão frio que estava na cozinha e na cozinha fiquei mas, pânico, quando vi meus amigos num climão e todos já na porta para irem embora. Climasso aliais. meu domingo caiu. Ainda ficaram um tempo e depois foram a francesa saindo aos poucos, as 17 e 30, estava só numa sala e na hora mais chata da semana. No entardecer do domingo. Morri de saudade de um monte de coisas. Só queria pedir desculpas por ser tão eclético. Por ter amigos em varias tribos e amigos com vários graus de loucura. Peço desculpa por não ser um amigo tão bom como eu gostaria de ser. Eu continuo tentando.

domingo, 18 de maio de 2008

Balada boa de cú é rola!!!!


Pense num sábado chato?

Eu deveria ter ficado em casa, trancado a porta e ter esquecido que havia sociedade lá fora. Ontem ou eu estava um chato (estava) ou a noite estava péssima (também estava). nem com os meus amigos eu estava afim de falar. eu juro que não me armei em esquisito (fiz carão) é que não estava afim mesmo de dar muita conversa as bis. E olhe que ontem tinha de tudo que é qualidade e quanto mais eu falva e conhecia, mais eu sentinha falta da Gioconda (minha aranha de estimação). Eu me senti numa espécie de circo dos horrores e que as tantas lembrava um desenho animado. Eram verdadeiros bonecos, personagens, obra de ficção. Deus me livre. Um mês sem sair para balada.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Choque Frontal

Eu passo meses sem ligar para o Brasil, ontem por ser dias das mães deixei o lado sádico de lado e resolvi dar um alô “pra” coroa e desejar felicidades, dize-la o quanto a amo. Não falávamos desde o natal.

“Tive cancro (câncer) de mama, fiz 4 sessões de quimioterapia e varias de radioterapia, usei peruca e tudo mas agora que acabei os tratamentos e já estou fora de perigo resolvi que já podia te contar”.

Meu coração quase parou, chorei como a muito tempo não havia chorado, levei um sacolejo da realidade que me trouxe de volta para meu eu já a muito esquecido. Ela a falar de como rolou tudo, da decisão acatada pela família de não me falar nada sobre o assunto, da queda do cabelo, da força e personalidade de não procurar um psicólogo e da insistente pergunta que me fez ao longo da ligação:

“Você jura pra Mainha que não tá nervoso?”


É claro que estava, exorcizei baldes e baldes de lágrimas, e fumei para dilatar as pupilas e abrir a mente. Foi pior, minha cabeça deu mil e uma voltas. Tentei dormir e acordei para numa segunda-feira que foi uma verdadeira amostra grátis do inferno. Agora que o dia já esta quase acabando sinto a leve brisa da tarde a acalmar meu espírito e renovando as certezas que esse choque frontal trouxe-me.

Amo-a demais e preciso visitar o Brasil.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Lêda!




Conheci uma menina de Recife ontem e em 30 segundos viramos amigos íntimos, tipo primo e prima? Conversamos horas e horas, e já tínhamos combinado que hoje eu levaria o filme, Amarelo Manga para ela assistir e conversa vai, conversa vem, entramos numa de saudosismo, cantamos frevos, falamos de coisas e coisas de Recife e do interior de Pernambuco (ela é natural de Catende). Ao fim de uma hora quase, percebi que em momento algum eu falei a palavra Brasil, nem ela. Chegamos a conclusão que Pernambuco é o nosso país, que pernambucano gosta da terra como se fosse um continente inteiro. E em primeiro lugar vem nossa cultura, por isso esse, “agarrado” todo quando se encontra um pernambucano por perto. De facto, eu sinto saudade de lé e não do Brasil inteiro. Terminamos a conversa ao som de mais um frevo: “Saudades que eu sinto são maractus retardados que voltam “pra” casa cansados com seus estandartes no ar”. E ela depois puxa um trecho de: Madeira de lei que cupim não rói. Mas eu sai de perto antes de começar a chorar. Hoje nos encontramos e ela tinha nas mãos o CD com a banda sonora (trilha sonora) do filme baile perfumado que eu procuro a séculos. E ela tinha em mãos para me emprestar. Por livre e espontânea vontade. Só entende quem é patriota.

domingo, 4 de maio de 2008

Escravo da tecnologia


O que faz eu estar as 4 e 20 da manhã, acordado e na net? Amanhã é dia de pegar duro no batente mas perdi o sono ao lembrar que estou sem meu telemóvel, no sabado saí para dançar com o Carlos Augusto só que antes fomos ao teatro, como a casa dele estava mais na rota dos bares e descotecas, deixei tudo lá, só levei a chave de casa pro fervo, resultado, hoje estava me sentido super alternativo, pensando: "Não, antes da telefonía celular ninguém morria por falta de comunicação". Quer saber? Vou ligar à um amigo pra ver um filminho e curtir a liberdade de não estar ao disponível para responder sms's ou ter que responder chamadas . Oops! não tenho telemóvel, ok ligo ao Carlos e ele me passa uns números. Foda-se não tenho o número do Carlos. Para resumir, passei a tarde a tentar lembrar o número de alguém. Mas não perdi o sono por isso, meu problema é que estou com medo de não conseguir acordar amanhã pois meu despertador é ELE.