quarta-feira, 29 de julho de 2009

Passatempo

Já há algum tempo que nossas vidas haviam seguido cursos um pouco distantes, não pela falta de afecto mas talvez pelo facto de pensarmos e agirmos de formas diferentes porém, eu e essa amiga guardávamos momentos ímpares ao longo da nossa relação.

Tantas vezes passamos horas a fio a dançar numa pista de dança, a conversar por jardins calmos nessa cidade, propensos ao amantes que por muitas vezes por nós dois passavam e talvez imaginassem que ali estava um casal apaixonado e feliz. Riamos da situação e dizimamos que odiávamos essa demonstração de carinho que espalhavam pelas praças. Nessas ocasiões e em tantas outras, muitas das nossas conversas giravam em torno do amor, na busca por essa felicidade acoplada a outra pessoa e sobretudo em tudo o que colocávamos sobre responsabilidade desse tal cara que poderia aparecer. Hoje a encontrei depois de meses, depois de vários acontecimentos.

 Ela está namorar, ela está outra pessoa. Tudo em sua vida tem um brilho diferente do que já tinha. Descobriu o budismo, mudou o astral, continua uma menina com ar de princesa mas com uma felicidade bónus de um sapatinho de cristal que coube perfeitamente no quotidiano. Fui tanto com a cara dele que cheguei a ter ciumes da mulher que se não fosse gay de certeza seria a minha rainha, talvez o ciume venha do medo dele ser igual aos outros homens que conhecemos durante a vida mas o pior é que todos os indícios apontam para o meu erro.

Educado, gentil, cavalheiríssimo e o "pior" de tudo lindo como convém aos príncipes. A forma como eles se comunicam vai para além do inglês que usam verbalmente, sente-se no olhar e na energia bacana que trocam. 

Saí da casa ainda fresca da tinta que será testemunha de um amor que quero muito acompanhar nos próximos cem anos (viu, biscoito?) com uma alegria difícil de explicar, fico muito feliz por ela e por saber que mesmo sem seguir Buda acredito que as energias que transformaram esses últimos meses em minha vida são da mesma positividade que serviram para ela e tornam credíveis que a felicidade é um estado de espírito que não tarda nada está  a chegar. 

Hoje quando deitar vou pedir três coisas a Deus:
  • Que conserve a felicidade dela
  • Que eu seja merecedor da minha
  • E que o meu Mister Big seja tão "encantador" quanto.
PS. Escrevi "encantador" mas quis dizer "GOSTOSO" mesmo viu amiga? Com todo respeito.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Nossa obrigação é denuciar?

Convivo a cerca de três meses cm ma rapariga que tem despertado em mim uma desconfiança incomoda. Nelson Rodrigues dizia que se todo mundo soubesse da vida sexual de todo mundo, não haveria amizade e muitas pessoas não se suportariam.
No Brasil trabalhei no UNICEF através de uma ONG feminista e guardo ainda hoje ideologias e pancadas desse tempo. Pois bem. Essa menina um dia não aparece no lugar onde costumo vê-la. No dia seguinte aparece com um penso na testa e diz que sofreu um acidente e caiu das escadas. Nesse dia eu fico com as antenas ligadas. Ela é um amor, era muito calada e depois de umas semanas já trocava ideias e demonstrava ser tranquila e pacifica porem algo me deixava angustiado. Quando estava de costas por exemplo e chamávamos pelo seu nome ela assustava-se com facilidade e isso não acontecia de vez em quando mas sim quase sempre. semana passada ela apareceu com alguns arranhões e hoje com o olho esquerdo muito vermelho, não quis analisar demais mas ela estava maquilhada, não de forma excessiva pois se tivesse que esconder um soco por exemplo, eu toparia rápido. Sei que pode ser viagem da minha cabeça mas manda a boa paranóia sadia que eu analise alguns factores.
Violência doméstica é um dos problemas mais difíceis de identificar sobretudo porque a vitima sofre na maioria das vezes calada e jamais denuncia o marido principal agressor nesses casos. O medo, a impotência diante de uma pessoa mais forte e violenta (como já demonstra com esses actos) e a submissão levam essas mulheres a calar e a usar desculpas muitas delas já conhecidas os acidentes são infinitos.
Minha duvida cresceu mais porque hoje quando a questionei sobre o olho ela foi pega de surpresa e só gaguejou:
_ Não sei, mas foi na rua vindo pra cá!

Ela foi categórica não num motivo para a irritação ocular mas para deixar claro que aconteceu na rua, como que a desviar qualquer suspeita de violência dentro de casa. Já conheci o marido dela, mostrou-se educado e cortês porem não consegui analisa-lo pois outra barreira nesses casos é que grande parte desses homens tem um comportamento absolutamente normal perante a sociedade.

Não sei o que fazer. Penso que posso estar vendo coisas onde não existe mas tenho medo de deixar passar e só a ideia de saber que uma covardia dessas estar a acontecer tão próximo de mim e põem em questão meu papel perante a sociedade. Já comentei com outros amigos. todos riem e não me levam a sério.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Para um amigo que tenho saudades.

Aí meu irmão, qual é?
Cê tá me achando com cara de mané?
Quando é que tomamos aquele café?