quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Aí ele me sai com essas de novo.

Meu colega de trabalho, aquele que eu já o inclui nessa etiqueta por causa do corcunda de Nostradamus estava comentando que entrou num Ginásio e me sai com:

Vou no El corte inglês hoje comprar uns suprimentos pá ajudar...

Começa uma discussão sobre poder e ele arremata:

Você não tem Cacique para mim!


Vou sentir muita falta desses momentos.

Minha Carteira e Eu.


Já a perdi uma mil e quinhentas vezes. Uma vez saí da discoteca pra fumar um cigarro e acabei por debandar com uma turma para uma outra balada e só no outro dia dentro de uma piscina é que lembrei que tinha deixado o casaco no bengaleiro da primeira. O detalhe é que isso aconteceu num sábado e a casa nocturna só reabriria na sexta-feira seguinte. Passei uma semana sem chaves, a bendita carteira, sem lenço e sem documento. Uma vez, mais uma vez saí de outra pista de dança pra fumar um cigarro e deixei-a em cima de um caixote de lixo. Voltei pra farra, dancei mais uma duas horas, e já depois de está numa esquina a conversar é que lembrei de verificar se estava com ela, a sorte é que de madrugada passa pouca gente pelo submundo do Príncipe Real... em fim, o Bruno diz que eu odeio meus objectos pessoais.

Sábado ela voltou a por-me numa situação embaraçosa. Ao sair da casa do Robson constato que ela sumiu outra vez, procuro até dentro do sapato (vai saber o porque que ela se esconde) mas não a encontrava. Ligo para ele e peço que a procure. Nada. Ele joga a chave do carro pela janela do segundo andar e lá estava ela, debaixo de um acento.

Depois de ouvir pela milionésima boca que eu vivo perdendo as coisa jogo a chave para que ele a segure. Óbvio que isso não acontece (como já era de se esperar) e fica presa na janela da vizinha do primeiro andar (detalhes: A vizinha está de ferias e eu atrasado pro trabalho).

Nesse instante passa um senhor, deficiente físico, com duas muletas canadianas. Eu muito educadamente pedí uma delas emprestadas e óbvio que o pobre coitado xingou-me com toda sorte de palavrões que conseguiu lembrar. Expliquei a situação e ele muito gentil apoiou-se no carro, passou-me uma muleta. Eu subo no tecto do carro e arranco com força as chaves como se a culpa fosse delas e não minha.

Robson assistia da janela com um misto de nervosismo, piada e choque. Agradeço ao senhor e saio disparado rua a baixo com um misto de vergonha e atraso. cheguei na paragem ao mesmo tempo que o autocarro. Passei o resto do dia rindo da minha própria cara.

Parece piada mas pode perguntar a ele. Se ele tiver coragem deve contar com os detalhes panorâmicos da história.