segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Vê TV a cores na Taba de um Índio


Vendo uma matéria sobre índios brasileiros na TV, usando calças jeans, óculos e relógio. Marina Silva, se estivesse morta, estaria se revirando no túmulo. Chico Mendes tá frevando.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Radicalismos

O amor é uma espécie de cancro espiritual, benigno ou maligno, ele mata do mesmo jeito.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

MZB


Paixão a primeira vista, ao primeiro cheiro. Me despiu e decifrou o que podia e o que seria de mau tom fazer mas fez e nem assim me chocou.

Quantas pessoas eu já encontrei assim, quantas vezes entreguei meu peito, meu tempo e simpatia a achar que era uma amizade verdadeira, quantas vezes me preocupei, beijei, deixei meus problemas de lado e abracei as magoas amigas e fui feliz por poder ser útil a quem se ama.

Com ela parece ser tudo diferente, ou talvez meus olhos de menino apaixonado queira ver as coisas dessa forma. Mas essa certeza afectiva não é pelo fato dela conter as características das quais aprecio em uma pessoa mas por enxergar sem julgar e por julgar sem a intenção de dominar.

A vida as vezes no meio de tantas tempestades deixa uma flor nascer com tanta beleza. Eu como jardineiro cansado apenas espero que os ventos não arranquem e levem essa fina flor do meu canteiro que já vi tantas vezes vazio e tantas vezes enchi com flores de plástico.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Listen to me

O dedo de Deus
Os olhos da Medusa
A orelha de Euridice
Meu peito
Tua mente

As sete maravilhas
Os cinco continentes
Um universo em expansão
dois corpos nus
Um quarto a meia luz

As estações do ano
manhã, tarde e noite
Semana cheia
vinte quatro horas por dia
o tempo que durmo

Nossos sonhos esquecidos
Tuas paranóias parvas
Meus dramas
A vida alheia na TV
Essa crise mundial made in USA

A falta do grito
Diga ao povo que fico
Cale sua boca com a minha
As palavra de prata
Um silêncio de ouro

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Tese contrária

Existe um movimento que não sei bem por onde começa mas de certa forma espera que alguém tome a iniciativa de começar.

Dia desses uma amiga que adoro esteve lá em casa tomando um café e contou de uma experiência que passou e que foi de extrema importância para uma mudança geral em sua vida, ela é actriz, não lhe faltam trabalhos, amigos ou pessoas com envolvimentos profissionais com quem vive uma espécie de vida em zona de conforto.

Mas ela se culpava de talvez não preencher as expectativas alheias e mesmo tendo uma personalidade forte e já não viver a passividade dos tempos em que iniciou sua carreira profissional, achava que poderia fazer melhor mas não sabia como.

O meio artístico é uma selva. Cobra engolindo cobra. E se você não entra no jogo, ou é um génio subsidiado pelo destino ou a pessoa desprovida de carácter e responsabilidade. Não tem meio-termo. Se correr o meio te pega se ficar os colegas te comem.

Mas quando se é “artista” não tem jeito. Ou você finge que é “normal” ou é tido como uma expecie de cliché dos palcos.

Ela teve que aceitar papéis em comédias comerciais, fazer uma personagem na novela que quebrava todos os seus conceitos, mendigar pontas em sitcoms sem grande êxito, participar de um fracasso de bilheteira que rendeu uma dívida com a sua mãe que pagou os direitos autorais do texto e fingir que tava tudo bem (ao menos algumas contas estavam pagas).

Namora um advogado há três anos que conheceu a almoçar num centro comercial ao pé do Vilaret onde estava a ensaiar um espectáculo.

No tal dia da experiência o rapaz passou na porta do estúdio onde minha amiga estava a gravar para a dar a boléia quotidiana e viu-se preza a uma insegurança que era apenas reflexo da situação geral que sua personalidade representava em cima do palco que sua existência tinha se tornado.

Dentro do carro a caminho de casa ouvia mesma conversa detalhada e aborrecida do dia de trabalho do seu namorado, enquanto fingia que estava interessada tentava humedecer os lábios secos, não ascender o terceiro cigarro e rezar para os olhos não estarem muito vermelhos. Não queria que o cara percebesse que ela tinha fumado um charuto com o actor que fazia seu marido na novela.

Chegou em casa totalmente desnorteada, sem saber ao certo se tinha passado batida, estava cansada de fingir que a vida estava no sitio certo. Queria poder ser ela mesma, fumar seu bom charro antes de ensaiar, fazer apenas o teatro da qual é apaixonada, ter tempo pros amigos mas sem o peso de que esse tempo fosse preenchido com programas que não estava afim de fazer. Queria ter tempo para estar sozinha uns instantes... pra poder assistir a três ultimas temporadas de Lost que a meses adormecia em cima do aparelho de DVD... fazer de um sábado uma ilha de email respondidos... essas coisas que parecem sem importância mas moem a cabeça de qualquer um...
Resolveu não ter sono, passar a noite planeando fugas. Amanheceu certa de que não queria acordar como nos outros dias. Precisava de um tempo só para ela, mas, se tivesse pedido a opinião de um dos amigos, teria fugido para o Porto por um final de semana. Ao invés disso, foi sozinha há uma estação imaginária, comprou um bilhete para uma cidade nova que só ela conhece pois esta situada num país de um planeta que ela criou em sua alma e decidiu viajar... passou semana passada pra tomar um café comigo, para se despedir de mim e deixar algumas pistas com a morada nova. Seu desejo é que eu a visite algumas vezes.

Como eu invejo sua coragem. Sabendo que essa sua cidade é tão liberal para sua forma de viver a vida, minha amiga. Quem sabe um dia eu não seja Presidente desse pais que você virou cidadã. Me manda notícias. Não me venha visitar, quando a saudade apertar eu visito você

terça-feira, 13 de abril de 2010

Esclerose múltipla


Em 2009 perdi minha carteira cerca de 9 vezes.
2010 ainda vai em Abril e já perdi meu multibanco 3 vezes,
Espero que 2011 seja o ano da gordura.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Facebook na veia


Um ano e cinco meses atrás uma amiga fez o meu perfil porque queria entrar no perfil do namorado italiano mas queria o fazer sem deixar rastos (nem sei se havia). O facto é que o meu pseudo-perfil ficou esquecido por uns tempos. Com um boom da coisa eu acrescentem uns amigos, juntei umas fotos mas não conseguia achar tanta piada naquele exibicionismo todo, uma exposição meio que de graça. Cheguei a postar que não tinha paciência pra isso e que farmville de cú era rola.

Aqui no trabalho há dois fazendeiros viciados, irritam. São plantações, presentes, fertilizadas.

Eu com todo meu mau carácter fiz um segundo perfil só pra fazer uma fazenda entretanto meu intuito era só aprender a usa-la a fim de num horário de almoço qualquer ficar sozinho na sala e poder sacanear
com o joguinho deles.

Dois meses depois e muitas plantações de arroz mais tarde, consegui deixar minha quinta de lado e não tenho coragem de mexer nas deles. Acho que seria uma puta fuleiragem. Só Deus sabe o quanto custa uma plantação de abóboras num terreno de 24x24. Graças a Deus que consegui largar esse vício. Agora só resta a pena da prisão em que eles dois vivem. Acreditem.

Curado da joguinho chego a conclusão que pago agora minha língua duas vezes de outra maneira. Na semana que o jornal espanhol ABC publica uma matéria sobre o vicio do facebook.

Primeiro porque pensava que ia demorar para ver as invenções google e youtube serem comparadas a alguma nova ferramenta.

Segundo porque eu estou realmente na lista dos viciados na coisa que julguei não ter paciência.

É um óptimo meio de manter contacto com os amigos, de expor pensamentos e bobagens. E quando falo bobagens falo os vídeos do youtube, os conteúdos achados via google ou as conversas sobre a ultima balada.

Virou uma espécie de meu diário aberto ao publico, óptimo pro meu ego tão inchado e narcisismo tão agudo.

É de pensar que nem precisei fazer o perfil. Santos amores italianos.

quinta-feira, 25 de março de 2010

2010 ainda não começou?


Eu achei que seria depois do Carnaval mas tá difícil desse ano arrancar, né?

Tudo muito devagar e alguns projectos estacionados. Nem os oscars deram bons filmes.

A merda é que ano de futebol é sempre assim. Todas as atenções voltadas prum campeonato bizarro que só desperta o meu desejo de beber cervejas com outros amigos brasileiros em Junho (ou Julho?).

Será que espero só pra depois de Julho (ou Junho?) para 2010 começar?



(a foto é Pelé e um tal de Bobby Moore. O mundial vai ser uma coisa meio apartheid, escrevam)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O mundo tá muito gripado.


Alguém está com medo?

Alguma vez vocês viram tanta coisa acontecer ao mesmo tempo? Eu parei de pensar. Tenho medo de usar essa desculpa para fazer tudo com a impulsividade que me é peculiar mas quem fala o contrario? É chuva a mais, tempestades, seca ou neve, terremoto...
Hoje ao acordar mal abri as janelas por conta do sol tão forte que fazia (minha relação com a luz é falsa) ao passar pela sala ele brilhava, desci o elevador e ao chegar a rua parecia ter entrado em outro dia, como é que o céu se encheu de nuvens cinzentas na distancia do quarto andar ao Rés de chão? O caminho que faço todas as manhãs hoje foi feito mais lento por conta do temporal composto de chuva grossa e pedras de gelo. Quem há de negar?

Meu amor
O que você faria
Se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria

Ia manter sua agenda
De almoço, hora, apatia?
Ou esperar os seus amigos
Na sua sala vazia

Meu amor
O que você faria
Se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria

Corria pr'um shooping center
Ou para uma academia?
Prá se esquecer que não dá tempo
O tempo que já se perdia
Meu amor

O que você faria
Se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria

Andava pelado na chuva?
Corria no meio da rua?
Entrava de roupa no mar?
Trepava sem camisinha?

Meu amor
O que você faria?
O que você faria?
Abria a porta do hospício?
Travanca da delegacia?
Dinamitava o meu carro
Parava o tráfego e ria?

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Chico


Quando Luiz de Lima Navarro ligou para dar-me a notícia, aqui em Lisboa já eram 17 horas de um raro dia de sol nesse inverno tão rigoroso que tem feito esse último. Jamais pude imaginar que minha ligação com Chico fosse tão mais forte quanto imaginava nos tempos em que todas as minhas últimas noites no Brasil passei boa parte em sua casa entre conversas e receitas deliciosas, entre uma discussão sobre teatro ou em teorías sobres a música brasileira. Era bem mais que isso. No sétimo andar de um prédio numa avenida chamada Roma (uma das cidades que ele mais amou) recordei uma serie de momentos que vivi sentado nos bancos da Praça Theo Silva. Chico foi uma peça fundamental na construção da minha personalidade. Devo a ele quase todo o conhecimento musical que tenho, ele é responsável por uma parte significativa da minha sensibilidade cultural. Possuíamos muitas coisas em comum e uma das mais latentes era a admiração por Elis e foi dessa forma que amansei meu espírito, a ouvir todas as músicas que tantas vezes deixei de ouvir a voz da cantora e só conseguir ouvir a dele, aguda, alta e acompanhada de gestos e seguida por outras e outras tantas canções. Sei da calma e do sossego que ele tem agora, ele apenas merecia lugares onde a beleza do seu olhar pudesse ser absorvido pelas paisagens. Isso sei que deve ser o que estará a acontecer onde quer que ele esteja pois o mundo ontem amanheceu mais podre, morreu uma das pessoas mais extraordinária que já conheci um dia. Hoje eu sei que quem me deu a ideia de uma nova consciência e juventude, tá em casa, guardado por Deus.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Dia de sol e banho de mar na Península...



Canto Ao Pescador

Jogou sua rede
Oh, pescador!
Se encantou com a beleza
Desse lindo mar
Dois de fevereiro
É dia de Iemanjá
Levo-te oferendas
Para lhe ofertar
E sem idolatria
Olodum seguirá
Como dizia Caymmi
Insigne o homem cantando a encantar

Minha jangada vai sair pro mar
Vou trabalhar meu bem querer

Sei que o mar da história é agitado
E o Olodum a onda que virá
Em forma de dilúvio vem me despertar, amor
Em forma de dilúvio vem exterminar

Com seqüelas racistas
E trazendo ideais de amor e paz
Oloxum, Inaê, Janaína
Mara, Mara, Mara, Marabô, Caiala
Sobá

Viaja, ê
Se baila
Me leva, Olodum, em tua onda
Que eu quero ir (viajar)

Olodum, navio negreiro
Atracou em Salvador

Trouxe a música emitindo ideais da negra cor
E hoje exalta o mar, condutor da embarcação
E hoje exalta o mar, condutor da embarcação

Viaja, ê
Se baila
Me leva, Olodum, em tua onda
Que eu quero ir (pro mar)

Minha jangada vai sair pro mar
Vou trabalhar meu bem querer

Se Deus quiser
Quando eu voltar do mar
Um peixe bom eu vou trazer
Meus companheiros também vão voltar
E a Deus do céu vamos agradecer

(e as flores eu levei)

sábado, 16 de janeiro de 2010

Vale o que vale



Eu esperei esse filme como quem espera Jesus. Recomendo pela forma como foi filmado e editado, direcção de arte impecável, Sophia Loren no ecrã, locação lindas, um elenco do cacete e assinatura do homem por trás de Chicago, Rob Marshall.

Mas não espere nada da história ou das musicas, isso me decepcionou um pouco mas vou voltar a assistir no cinema pra tirar a dúvida.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Tou de volta, tou barbudo, tou com medo!



2009 Foi tão estranho e cheio de coisas pouco interessantes que mesmo tendo acabado de forma positiva na minha vida me deixou sem saber se foi muito mal ou muito bom. De uma coisa é certa começou muito esquisito e o primeiro semestre foi um verdadeiro deus nos acuda mas de Junho até Dezembro foi só coisa boa e esse post de volta é uma espécie de lista retrospectiva de tudo que aconteceu nos últimos seis meses…

• A terapia fez efeito
• Descobri que o coração as vezes dá voltas
• Que estas voltas trazem surpresas
• Que agora posso ir e vir sem problemas
• Que amo muita gente apesar de não dizer e demonstrar
• Que fazer teatro mesmo que comercial é melhor que servir as mesas
• E o mais importante que não preciso de droga para ser feliz

Setembro, Outubro e Novembro foi uma loucura para montar As malditas aqui em Lisboa, Luiz Navarro o responsável pela minha entrada no teatro veio de Pernambuco para a estreia, e talvez com a desculpa de podermos recebe-lo juntos eu e o Nuno estivemos como que a morar juntos, foi uma experiencia bacana, e na sucessão de acontecimentos Ele viaja e fico com o Luiz em casa dele, depois da partida do Luiz foram quatro dias sozinho a cuidar da gata e mal ele voltou fui a Geneve passar meu aniversário (18 anos) e o natal com meu querido amigo Carlos Augusto. Voltei dia 29 e como já era praticamente passagem de ano, ao invés de vir para cara eu fui para os braços do meu amor, que por sorte cuidou de mim por causa de uma gripe que só agora esta a querer me dizer adeus. Hoje depois de dois meses e meio sem vir a minha casa, volto de mala e cuia com a barba um pouco mais rija, preocupado com as catástrofes climáticas que andam a acontecer pelo mundo e com uma vontade enorme de amanhã mal o galo cante eu acorde e renove os espaços das minhas gavetas, jogue tudo que for desnecessário, abra espaço paras coisas boas que eu sei que vêem por aí e sobretudo que faça de 2010 um ano euforicamente diferente.