quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Carta para uma amiga distante


Eu só queria que você soubesse que tudo isso foi só um susto e que no final das contas as vezes é só uma sacolejada da vida, só um aviso que o mundo tá girando, é cliché o que se tem pra dizer nesses momentos, eu não sei como está teu coração, apesar de não concordar com tua posição, aceito, acato e se precisar defendo-a perante os acontecimentos.

Descobri hoje que te quero um bem enorme, não quero te ver triste, que quero ser teu amigo pra sempre e que aprendi contigo e outras poucas pessoas que amar é dar sem esperar nada em troca. serio mesmo, desculpa o cliché...

11 dias em fevereiro

Desde o ultimo post aconteceram coisas que talvez em anos não tenham acontecido, foi bom e foi rápido... descobrir minha parte humana esta a ser um brinquedo bom, descobri que esse mundo é meu play ground e que não sou uma criança egoísta e sim um adolescente orgulhoso...

Eu preciso que as pessoas me amem mas não preciso da esmola sentimental de seres tão ou mais orgulhosos que eu... aliás em matéria de orgulho eu sou um cancro que posso até ser maligno, explodir e espalhar-se por todo corpo mas não há quimioterapia que me traga tanto prazer e satisfação quanto o facto de dizer não a quem bem entender e a quem me magoa. Nunca gostei de joguinhos, pra mim é coisa de menina e eu não sou menina e como todos sabem não gosto de meninas.

O mundo é um supermercado

As listas de compras da semana:

Pessoas de mente bacana
DVD da série Queridos Amidos
Lisboa com sol de primavera
Show da Simone e Zelia Duncan
Ferias com gosto de viagem
Todas as temporadas do Queer as Folk
Cafés com amigos 
Jantares com uma pessoa especial
Lembranças que o Neto trouxe
Sorrir
Projectar sete desejos
Matar minha psicóloga de beijos
Estar presente na vida de quem eu realmente quero


O resto eu coloco onde já estão, na prateleira dos artigos fora de validade, dos artigos que estão no passado e o passado como já falei aqui inclusive, é uma roupa velha que não nos serve mais.


 

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Mentiras sinceras me interessam...


Pequenas porções de ilusão...

Ps. Happy Valentine's Day and "valetine-me"

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

imagens de marca

E ser Brasileiro em Portugal?
Coito Interrompido.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Salve os troncos (ou mente vazia, oficina do Diabo)




Essa é a Avenida em que vivo. No terceiro prédio amarelo a contar da esquina. Já postei aqui o quanto gosto desse endereço e por vários motivos. Esse prédio rosa em frete aos prédios amarelos é um Hospício chamado Júlio de matos, ele é uma piada pronta que eu uso quase sempre quando me perguntam onde moro eu respondo sempre: Sabe o Júlio de Matos? Eu moro em frente, porque quando fico nervoso só faço atravessar a rua...

A Mafalda minha amiga e vizinha mora no primeiro prédio amarelo e perto dessa esquina há um Mac Donalds para os dias de desgraça e recentemente abriu um cinema com quatro salas onde em tempos foi o Cinema Alvalade um dos símbolos do bairro nas décadas de 50, 60 e 70, fui domingo lá, é super prazeroso sair de casa 10 minutos antes da última sessão. Entrar no escuro da sala de projecção e sair duas horas depois e caminhar de volta ao quentinho de casa a sentir o filme ainda fresquinho sem se distrair com o transporte, o cartão de estacionamento, o rádio do carro e os sinais de trânsito é deliciosamente relaxante.

Essa área verde em cima da Igreja que há por trás dos prédios amarelos é o Parque da Bela Vista onde acontece o rock in rio e onde a Madonna fez o ultimo show em Lisboa, nos dois eu saí de lá bêbado e em 5 minutos estava em casa. Em frente a Igreja forma-se uma Avenida chamada mesmo assim, Avenida da Igreja que tens uns cafés bonitos e umas senhoras chiques como paradas no tempo a circularem pelas lojas.

O supermercado em que faço compras (atrás do ultimo prédio amarelo) é recheado de gente bonita, como as Avenidas (Av. do Brasil, Da Igreja, de Roma e Av. do Rio de Janeiro) que costumo vaguear no final das tardes de domingo e manhãs de sábado.  Gosto de subir ao terraço no 8º andar e ver a paisagem eclética que se avista, um pedaço do Tejo, a pista do aeroporto atrás do teto do hospício, o Estádio de Alvalade, as árvores também do Hospício… Em fim, eu gosto mesmo de viver aqui.

Antes de ontem de manhã ao sair de casa, reparei que as arvores estão a ser isoladas, uma placa da câmara informava aos interessados de ali estacionar que até sábado estariam a fazer limpeza nas mesmas. Pensei; por ser inverno, por precaução dos galhos secos não caírem em cima dos transeuntes.

 Ao voltar para casa constatei que no inicio da Avenida haviam cerrado três delas. Deu uma pena, uma sensação esquisita de perda, na história da Avenida, na imagem dela. Talvez eu me apegue demais a essas pequenas coisas mas mexeu muito com minha cabeça, ou tenha tempo demais para pensar besteiras. Prova disso é por exemplo: eu estar ontem no ginásio a suar forte e feio e a admirar uns tantos quantos shorts apertados em coxas grossas e em actividade. Entre uma sessão de 20 abdominais e outra, parava a admirar aqueles rabos e a pensar como se fosse um Deus: Homem quando estivesse a fazer esforço físico bem que podia ter alguma espécie de estimulo para que através de uma maior circulação sanguínea ou maior produção de um hormônio masculino qualquer ficassem em estado de erecção. Pensei nisso quase tendo uma e ao mesmo tempo e a concluir que esses hormônios imaginativos da minha parte vão directo pró espaço vazio. Sobe para cabeça e eles alternam as flexões a se exibirem narcisistas em frente aos espelhos. Fui pró banho com o corpo cansado e a mente a passear por Obras de construção, empresas de transportes, armazéns e Quartéis do Exército.  


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Salve o samba, salve a Santa, salve Ela...



Dona da minha cabeça
protectora dos meus passos
de mim não esqueça 
me embale nos seus braços
teu colo de mãe prevaleça
no meu peito aperte os laços
minha vida de mar enriqueça
afaste meu eu dos falsos

porque hoje é dia dela
o dia é de mainha
ascendo pra ti uma vela
as flores mandei na Barquinha
também não se esqueça daquela
que na terra também é mainha
minha alma metade amarela
hoje é todinha azulzinha


domingo, 1 de fevereiro de 2009

Pra não dizer que não falei das flores

Essa semana que acabou rolou uma série de coincidências que fez com que esse post saísse essa hora, com esse tamanho e cheio dessas coisas e questões que involuntariamente eu acabei por despertar. Terça-feira Well convidou-me para assistir a estreia do alemão “O complexo de Baader Meinhof” de Uli Edel. Passado nos anos 70 e narrando a historia de um grupo de jovens que lutavam de forma agressiva pelo bloqueio ao já desenfreado imperialismo americano, baseado nos atentados terroristas acontecidos em Berlim e até ao fatídico acontecimento das olimpíadas de 72 em Munique, na sala de exibição eu e Well ainda brincamos com uma cena que fez lembrar uma cena a mini-série “Anos rebeldes” de Gilberto braga e Direcção de Denis Carvalho e uma outra o filme “O que é isso companheiro?” de Bruno Barreto inspirado no livro de Fernando Gabeira. Anos rebeldes falava do golpe militar sofrido pelo Brasil em 31 de Março de 1964 dando inicio aos anos de chumbo que foi a ditadura militar e “O que é isso companheiro?” narrava a história do sequestro vivido pelo então embaixador dos Estados Unidos no Brasil Charles Burke Elbrick em Setembro de 1969 por dois grupos que lutavam contra a ditadura militar. Ao sair do cinema ainda com aquele gosto político na boca acabei por lembrar de uma outra mini-série brasileira dessa vez uma produção mais recente (2008) tratava-se de “Queridos Amigos” de Maria Adelaide Amaral e Direcção de Denise Saraceni. Eu havia visto a meses atrás o primeiro episódio mal e porcamente no youtube e havia gostado porem a falta de qualidade e paciência que os vídeos no youtube exigem me fez abortar a ideia. Porem depois do filme acabei por me deixar levar pela curiosidade e até sábado a noite devorei os 24 capítulos, dessa vez a história que também é baseada em factos reais vividos Por Maria Adelaide e seus amigos entre torturados e exilados que se encontram em Dezembro de 1989 e através desse reencontro acabam por relembrar e trazer a tona sentimentos do passado. Uma delícia de serie, actores fabulosos encabeçados por Fernanda Montenegro e uma trilha sonora que mais parecia meu MP3 (Só na voz da Elis tem umas 7 musicas), eu não sei o que mais me prendeu nesta produção se o facto da mesma tratar de assuntos como a ausência do amor, a saudade, as frustrações, as relações mal vividas e os fantasmas do passado ou por ter esse conteúdo histórico fantástico que temos que dar o braço a torcer está impecavelmente reproduzido nos mínimos detalhes pelo inconfundível padrão globo de qualidade.

Eu gostaria muito de ter vivido nessa época, a juventude era mais activa e hoje nem rebelde sem causa existe. Descobri o quanto sou influenciado pela época dos anos de chumbo. A música que eu ouço hoje vem desse tempo, a minha maior referência teatral brasileira é Nelson Rodrigues e Cacilda Becker que naquele tempo sofreram o peso da censura em suas obras. Todo mundo sabe que Chico Buarque de Holanda é o grande amor da minha vida a seguir vem Cazuza que representa a geração dos anos 80 apelidada pelo também contemporâneo dessa época Renato Russo de “Geração Coca-Cola”, o Cazuza tem tanta influencia nas minhas coisas que o nome desse blogue é uma frase dele assim como todo texto de teatro meu também tem uma frase dele.

Eu passei o dia hoje a tentar entender onde foi que essa geração deixou os ideais daquele tempo e não só, o sentido de sociedade e o pensamento colectivo sumiu. A humanidade chegou a um ponto que é tanto problema social, é tanto descaso e ignorância que já não vale a pena acompanhar a politica, a TV manipula a informação, os governantes são verdadeiras personagens canastronas cada vez mais distantes de cumprirem seus verdadeiros papéis e o povo cada vez mais cegos, surdos, mudos e debilmentais em seus sofás cobertos com a manta da ignorância e com as bocas escancaradas cheias de dentes esperando a solução chegar e as crianças cada dia menos crianças e cada vez mais precoces no sexo, no consumismo e na futilidade. Eu já sou de um tempo que poucas coisas eram um caminho para esperança ou lá como se chama essa necessidade de justiça social. Me arrependo de olhar para trás e lembrar apenas de uma manifestação pela reforma de um teatro em Recife em cima de uma andas (perna-de-pau), com o microfone na mão a gritar as palavras de ordem contra meu primo então prefeito da cidade, meu trabalho nas favelas através do Unicef e do teatro, a apresentação da Parada gay 2003 de Recife não pelo movimento gay (cada vez mais distante de um ideal político) porem mais por influencia do Movimento Feminista de Pernambuco que através do Unicef eram minha “patroas” e o facto de ser o único da minha família a votar em candidatos do PT e não no hereditário PFL começando nos meus Avós e terminando na empregas. Eu falo serio quando digo que me preocupa a fome que as pessoas passam contudo ao mesmo tempo sou hipócrita quando me vejo tão de mãos atadas para o que diz respeito ao meu papel na sociedade.

Fui ao cinema já no fim do domingo ver o filme novo de Gus Van Sant, “Milke” onde Sean Penn vive o primeiro homossexual a ocupar um cargo público nos Estados Unidos. A vida as vezes nos conduz a uma serie de acontecimentos que faz você se questionar por vários motivos. A nossa necessidade de morar e comer multas vezes nos afastam até daquilo que gostamos de fazer mas fazer algo pela sociedade usando como instrumento aquilo que você sabe fazer deve ser algo que peço a Deus um dia poder.