terça-feira, 30 de junho de 2009

Agora a tarde

Ouvindo Radiohead cuspir da aparelhagem Fake Plastic Trees e deixando o vento dessa tarde levar embora a recordação dos tempos desse tempo.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Não tenho travões (ou roda-viva-boa)


Antes achava que alguns aspectos da minha vida eram excessivos e me sentia culpado por na maior parte do tempo não saber o momento certo de parar, entretanto esse post era pra ter saído dias depois do ultimo com a poesia do David Mourão-Ferreira mas só parei hoje. E porque?

Porque estava a fazendo Teatro e isso me deixa altista, fujo para um espectáculo e o mundo fica pra depois que as cortinas se fecham e porque dias antes da temporada acabar chegou o Carlos da Suíça e encheu minha casa de musica e vinho e quando dei conta já estava no tão esperado Santos Populares.

Esse foi o melhor Santo António de todos os tempos, não houve desencontros nem amigos chateados, muita risada e encontros casuais que até souberam bem porem não desviou o percurso que fiz com minha visita por Alfama e por uma Bica deliciosa e LINDA! (como gritavam pelos quatro cantos)

Vivi momentos únicos nesta noite como por exemplo passar pelo Bairro Alto as cinco a manhã e não haver um pé de gente na rua, raríssimos eram os transeuntes que por ali passavam e tive a sensação de como seria o bairro sem sua vida boémia e agitada.

Sábado de Santo António outra sensação que adoro, ver uma cidade inteira de ressaca, saber que todos os bairros de Lisboa(cidade que cada dia é mais dona do meus pés) só foram dormir de manhã cedo e já bem tarde é que se cria coragem de voltar a ser cidade e continuar a celebração.

Madrugada de sofá, sexo e cerveja.

No domingo ver Lisboa do Castelo, descer a Mouraria e jantar Sardinha e Cerveja.
Na segunda levar o Carlos ao aeroporto e numa daquelas felizes coincidências encontrar por lá grande parte dos "visitantes" que vieram de Londres para o feriado. No estacionamento Bruno já a espera com sua prima que chegara do Brasil no sábado. Fabiana, foi ver e virar Lisboa de pernas pro ar nessa semana e meia. Claro que nesse meio do caminho também dormir e trabalhar, ir pro bairro me despedir ainda de amigos e festejar a chegada do verão... e não conseguir parar... talvez hoje eu consiga, arrumar a casa ainda cheia de vestígios do que se passou e durmir tranquilo o sono do retorno ao quotidiano...
Isso se ninguém lembrar que no sábado rola Arraial Pride... aí começa tudo outra vez...

sábado, 6 de junho de 2009

Conheci essa poesia 24 horas depois de me sentir assim mesmo.

E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.


David Mourão-Ferreira