segunda-feira, 21 de julho de 2008

Velha roupa colorida!


Na rua em que cresci, minha mãe dizia que ela mais três engravidaram dos primogénitos quase ao mesmo tempo. Em 9 de Julho nasceu Tiago filho de Rose, acho que em Setembro ou Outubro nasce o segundo Tiago filho de Emília, a 10 de Dezembro nasce Eraldo Júnior, filho de Neta e cinco dias depois eu nasci. Essa foto foi o Júnior que através do Orkut me encontrou e mesmo sendo o que tinha menos contacto na infância (não nos falávamos desde muito pequenos, por mais que tente lembrar porque eu não faço ideia mas foi algo que fez com que entrássemos na adolescência sem jamais nos falar) justo ele me deu esse presente de relembrar tanta coisa boa numa única imagem... eu adorava essa camisa... minha mãe ameaçava jogar ou dá-la a algum menino toda vez que eu pedia pra vestir a dita cuja... lembro do dia em que eu fiz ela comprar... O Chicão e a Emili brincaram com o estilo (já era de cedo a mania de querer aparecer?)


O que sei é que acordei meus tempos de menino e o casal entrou bonito na viagem e passamos boa parte da noite a brincar de esconde-esconde no apartamento, desligamos todas as luzes, fechamos as janelas e o resultado foi muito riso e um corte no lábio do Chicão resultante de um encontrão com a Emili...


Será mesmo que o passado é uma roupa velha que não nos serve mais?

sábado, 19 de julho de 2008

?


Qual o assunto que mais lhe interessa?

Qual o assunto que mais lhe interessa?

Além da vida in vitro feita nas coxas

E vivida às pressas


A empresa da guerra

A mais-valia da morte

A última sentença

A violência nas ruas

O bio terrorismo


A soja transgênica

Clonagem da mente

Dos órgãos vitais

A nova ciência

Moral decadente

Tradição milenar

Outra tendência


Suicídio, livre arbítrio

Aborto consentido, eutanásia

A dívida congênita

O quinto partido, o tempo

Das máquinas


Monarquia playback

A república inventa

O eclipse lunar,

a decadência moral


A calota polar, o império dos egos

O vidente cedo, o cachimbo de Édipo

A paixão de Romeu, colapso dos mares

Crianças sem lares, a ausência de Deus


A assembléia dos loucos,

O juízo dos lobos

A vontade dos céus

A escala econômica em que o crime compensa


Qual o assunto que mais você pensa?


Sexo, amor, culpa ou inocência

A dieta do Papa, o segredo de Fátima

A última penitência


Bom dia Vietnã, boa noite Bagdá

Adeus Sherazade


Qual o assunto que mais lhe interessa?

Qual a verdade em que mais você pensa?


O fim da natureza

E o final da história

Glória, glória, glória?


Apenas uma canção invento agora

Um poema

Amadrugada é silêncio, a dor acalenta


Esquece o início de tudo e o fim dos tempos

Deita no colo de tua amada

Onde da misteriosa expansão do nada

O universo se alimenta


Qual o assunto em que mais você pensa?

Qual é a verdade em que mais você sente?

Qual a mentira em que mais acredita?

Qual é o nome que você mais grita?

Qual é a força que mais te enfraquece?

Qual é a fome que mais te alimenta?

Qual é o prato que mais te apetece?

Qual é o mapa que mais te orienta?

Qual é o jogo que mais você ganha?

Qual é o ganho que mais te enriquece?

Qual é a perda que mais você chora?

Qual é a casa em que mais você mora?

Qual é a frase que mais você fala?

Qual é a fala que mais você cala?

Qual é o assunto que mais você teme?

Qual é o tema que mais ignora?


Qual o assunto que mais lhe interessa?

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Milord

Allez, venez, Milord!
Vous asseoir à ma table;
Il fait si froid, dehors,
Ici c'est confortable.
Laissez-vous faire, Milord
Et prenez bien vos aises,
Vos peines sur mon coeur
Et vos pieds sur une chaise
Je vous connais, Milord,
Vous n'm'avez jamais vue
Je ne suis qu'une fille du port,
Qu'une ombre de la rue...
Pourtant j'vous ai frôlé
Quand vous passiez hier,
Vous n'étiez pas peu fier,
Dame! Le ciel vous comblait:
Votre foulard de soie
Flottant sur vos épaules,
Vous aviez le beau rôle,
On aurait dit le roi...
Vous marchiez en vainqueur
Au bras d'une demoiselle
Mon Dieu!... Qu'elle était belle...
J'en ai froid dans le coeur...
Allez, venez, Milord!
Vous asseoir à ma table;
Il fait si froid, dehors,
Ici c'est confortable.
Laissez-vous faire, Milord,
Et prenez bien vos aises,
Vos peines sur mon coeur
Et vos pieds sur une chaise
Je vous connais, Milord,
Vous n'm'avez jamais vue
Je ne suis qu'une fille du port
Qu'une ombre de la rue...
Dire qu'il suffit parfois
Qu'il y ait un navire
Pour que tout se déchire
Quand le navire s'en va...
Il emmenait avec lui
La douce aux yeux si tendres
Qui n'a pas su comprendre
Qu'elle brisait votre vie
L'amour, ça fait pleurer
Comme quoi l'existence
Ça vous donne toutes les chances
Pour les reprendre après...
Allez, venez, Milord!
Vous avez l'air d'un môme!
Laissez-vous faire, Milord,
Venez dans mon royaume:
Je soigne les remords,
Je chante la romance,
Je chante les milords
Qui n'ont pas eu de chance!
Regardez-moi, Milord,
Vous n'm'avez jamais vue......
Mais... vous pleurez, Milord?
Ça... j'l'aurais jamais cru!...
Eh ben, voyons, Milord!
Souriez-moi, Milord!...
Mieux qu' ça! Un petit effort...
Voilà, c'est ça!
Allez, riez, Milord!
Allez, chantez, Milord!
La-la-la...
Mais oui, dansez, Milord!
La-la-la... Bravo Milord!
La-la-la... Encore Milord!...
La-la-la...

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Minha Rua de cabeça para baixo...






... ou 360 graus de ontem pra hoje!






Ontem de volta pra casa, no 83, ao pedir paragem na Av. do Brasil ao mesmo tempo que eu, levanta-se uma menina, me olha nos olhos e Pimba! Corremos pros braços um do outro e quase caímos no meio do autocarro.


Trata-se de Mafalda Jara, essa menina linda que por coincidência esta numa imagem postada por mim a dias atrás. Nos conhecemos na ACT (Escola de Actores) e nos tornamos amigos em poucos dias, ela é um amor de pessoa e tem um senso de humor raro, além de um talento enorme, acontece que ela e eu perdemos contacto há alguns meses e ontem o papo de 15 segundos antes de chegar ao destino final foi assim:




Pra onde vais? pergunto eu.


Ao passo que ela diz: Pra casa!


Eu moro aqui na Avenida do Brasil e tu? Fui longo soltando a questão e ela:


Cala-te! Também eu!


Vibrei e esclareci: Sabes os prédios amarelos? Eu moro no Terceiro.


Ela solta uma gargalhada e grita: Eu moro no primeiro prédio amarelo!




Resumindo, eu e ela moramos a distância de um prédio e jamais nos vimos, de ontem pra hoje já conhecei, a mãe, os três irmãos, a porteira do prédio dela, o filho da porteira e a namorada gravida dele, a senhora do café, o loirinho do café que eu sempre achei bonitinho mas não entendia quem era ele ali sempre na esplanada a ler jornais e o melhor de tudo, além de ter uma grande amiga vizinha eu acabo de criar uma referencia da Rua que moro, ela agora deixa de ser apenas meu apartamento, minha porteira e o pingo doce e passa a ser algo mais familiar. Ela estudou na escola dos fundos do nosso estacionamento, seus irmãos também, viu as transformações vividas pelo Hospício a frente dos nossos prédios, já acostumou com o barulho dos aviões uma vez que nasceu e se criou aqui e me devolveu o prazer de ver e achar piada nos valores que me transmite ao ver uma família completa com avó e tudo e me mostrar que aqui não existem só pessoas e sim pequenos núcleos espalhados em meia dúzia de construções amareladas.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

E essa? o que nós pensamos?

Sexo e a cidade


Eu não sei o que rolou mas o Chico ontem deita na minha cama e solta meio que de voz baixa:

"Jaime, você deveria namorar! Assim podíamos fazer programas à quatro"

Acontece que a namorada dele Austríaca chegou e desde de sexta-feira que eles me chamam para os mais românticos dos programas e eu, estou sempre rejeitando. De repente ele mexeu num assunto meio sério, creio eu, pois comentando com o Renato hoje ele foi taxativo:

"Era bom mesmo Jaime, ai você acalmava um pouco"

Como assim? Acalmar? Estou tão bem comigo mesmo! Apesar de me comportar como a Samantha Jones, há um lado Carrie em mim que sonha com um Mister Big mas ao contrário das séries televisiva, quatros anos de "solterice" me fizeram abri uma margem maior de espaço para mim, chega um dia que naquele domingo você quer estar sozinho ou no sábado ir pros copos só com os amigos... tenho medo de viver em função de um relacionamento e perder a hora do cinema qualquer dia. E meu ritmo boémio? Quem vai namorar um cara que começa a curtir o fim-de-semana na quinta-feira?eu devo ser muito egoísta numa relação. Essa história de "meu bem" pra cá "meu bem" pra lá, comigo é mais em baixo. "meus bens" pra cá "seus bens" pra lá.


terça-feira, 1 de julho de 2008

De volta...

Depois desse corre corre que foi meus últimos dias, só um acontecimento muito bom para fazer com que eu, as quase cinco da manhã de uma quarta-feira "poste" alguma coisa.

Edson Carvalho, um amigo maravilhoso mas pouco presente, convidou-me pra um jantarzinho em sua casa... presentes: Uma Catalã, um cineasta brasileiro filho de polacos, uma atriz portuguesa meio caboverdiana meio angolana e um português. Um papo maravilhoso, um cineasta delicia e musica brasileira além de vinho verde e ÓTIMAS conversas... o youtube se fez presente como ponto de referencia de alguns papos, a descoberta de uma cantora francesa que me deu uma lufada de ar fresco nas ideias (engraçado que hoje esta pensando que nunca mais tinha tido uma sensação dessas, de descobrir algo ou algum artista que me trouxesse essa sensação boa de conhecer algo novo ou mais do mesmo feito com boa qualidade)... Nelson Rodrigues pra lá, Chico e Caetano pra cá e lá pelas duas quando pensei que já voltaria lindo pra casa, na porta o cineasta e a catalã me fazem um convite inesperado. Tejo Bar! Topei sem pensar no dia seguinte. Lá, aquele ambiente doido, mil e quinhentos músicos com seu violões e MPB de "crasse" até o fim da noite. Mais papos interessantíssimos e os dois ainda me deixaram no Marques para amenizar o táxi e combinarmos algo antes dele voltar para Paris onde esta trabalhando e pesquisando coisas de cinema e jornalismo. Ainda bem que a vida tem dessas coisas. O mundo inteiro acordar e agente dormir!