domingo, 9 de outubro de 2011

Hasta siempre Cafuçu!


Acidentalmente me deparei com uma homenagem póstuma a Che Guevara no mural de um grande amigo no Facebook. Acredito que seja aniversário de morte do mesmo.
Che já foi meio que meu ídolo. Foi, talvez pelas T-shirts com a foto dele meio de perfil, ou por ser uma espécie de nome obrigatório na lista das admirações de um adolescente nordestino nascido no fim da ditadura e militante no PT. 
Tirei-o do pedestal aos poucos. 
Comecei a fazê-lo no dia em que descobri que o tal camarada da Sierra Maestra era homofóbico. Em alguns de seus textos  defendia protótipos de perfeição viril que condenavam a homossexualidade, a bissexualidade e a transexualidade”, segundo a escritora cubana Zoé Valdés. 
Logo após ver o filme do Walter Salles resolvi me aprofundar um pouco na história do então jovem que em cima de uma motocicleta percorreu a América do Sul em busca de respostas para suas perguntas juvenis, ou já numa espécie de estratagema, entendendo a forma de estar dos povos mestiços vivendo a baixo da linha do equador. Na biografia do "camarada", assinada por Jon Lee Anderson, percebi que ele não era tão camarada assim, um tanto racista e em alguns momentos xenófobo e adverso as diferenças. Como assim? 
Ao chegar a conclusão que ele e Fidel foram só os "laranjas" na revolução, que culminou em 1° de Janeiro de 1959 na ditadura que hoje se vive em Cuba, risquei o barba rala da lista dos meus heróis. Aliás fico até envergonhado de assumir que na época dos meus problemas de acne, eu dei mais importância em copiar os amigos que usavam boina e arrotavam militância que a aprender história como deveria, além de me masturbar mais vezes ao dia, é claro.
Guevara e Castro foram os produtores de um espectáculo fracassado mas de grande valia para os investidores. A União Soviética.
Eu não os culpo pensem comigo: Se eu quero dirigir um texto no teatro municipal, acredito no sucesso e se me aparece investidores interessados em bancar a produção, eu aceito; embora o objectivo desses parceiros sejam apenas ter o teatro na mão para uma eventualidade com o concorrente.
Era importante para Russia ter uma ilha pertinho da Disneyland cheia de misseis apontados e preparados para destruir a festa coca-cola. Até eu que sou mais bobo, tendo oportunidade, apostava numa possível posse de um teatro, mesmo que fosse o Municipal da cidade mais pobre da África, que dirá no Caribe.
 Respeito a opinião do meu amigo, pois sei que ele respeitará a minha, até porque estou mais interessado no abraço que lhe darei, quando for ao Brasil e reencontrá-lo, que discutir as páginas da história da nossa raça, que desde os primórdios da civilização, vive nas sucessões de erros cometidos pela ignorância de nos achamos racionais. 
Se achar os mais inteligentes dos animais é sem duvida a maior burrice raça humana.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Nome do blog


Boas Novas

Cazuza

Poetas e loucos aos poucos
Cantores do porvir
E mágicos das frases
Endiabradas sem mel
Trago boas novas
Bobagens num papel
Balões incendiados
Coisas que caem do céu
Sem mais nem porquê
Queria um dia no mundo
Poder te mostrar o meu
Talento pra loucura
Procurar longe do peito
Eu sempre fui perfeito
Pra fazer discursos longos
Fazer discursos longos
Sobre o que não fazer
Que é que eu vou fazer?
Senhoras e senhores
Trago boas novas
Eu vi a cara da morte
E ela estava viva
Eu vi a cara da morte
E ela estava viva - viva!
Direi milhares de metáforas rimadas
E farei
Das tripas coração
Do medo, minha oração
Pra não sei que Deus "H"
Da hora da partida
Na hora da partida
A tiros de vamos pra vida
Então, vamos pra vida
Senhoras e senhores
Trago boas novas
Eu vi a cara da morte
E ela estava viva
Eu vi a cara da morte
E ela estava viva - viva!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Maria não vai com as outras


Está cada vez mais evidente o ensurdecimento e a cegueira humana. Foi-se o tempo em que era bonito ter um pensamento coletivo e não me refiro a questão social e politica, já não sou tão inocente ao ponto de acreditar nos três ou quatro gatos-pingados que acreditam que vão mudar esse sistema. São milhares de anos de genuína ignorância, são séculos e séculos de uma vivência boba e medíocre.
Porém falo de algo mais individual, apesar de ser um sentimento generalizado, a nova onda de falsa aceitação, de respeito e não preconceito, nunca se esteve tão longe da verdade. Mente-se, maquia-se as relações sociais mas na verdade ninguém está interessado em ouvir, deglutir e cagar. Isso mesmo, cagar em tudo, sem grandes floreios. Dão mais importância em dar opinião, por um ponto final, numa historia que não estão escrevendo.
Cada um tem uma filosofia de vida, construída em cima de vivências próprias, infâncias coloridas ou a preto e branco, com a presença forçada de pais sejam superprotetores sejam ausentes, ou ainda, de recortes de outras tantas filosofias empurradas goela a baixo num sistema babaca de ensino. Cada um tem sua própria forma de enxergar a mesma coisa, basta estarmos em lugares diferentes de uma mesma sala que as flores que você avista no vaso, não serão as mesmas que eu vejo.
Ai como me incomoda as pessoas que levantam bandeiras, que defendem formas de comportamento, que exigem linhas de conduta, que passam a vida a tentar transformar as outras pessoas em cópias do modelo fracassado de civilização de qual invariavelmente fazemos todos parte. Essas pessoas fingem aceitar seu jeito de ser, fingem para tentar elas mesmas acreditarem que não são preconceituosas e mais ainda achadoras de serem as portadoras da verdade do mundo. Passarão a mão em minha cabeça, acenarão que “sim, está tudo bem, eu lhe respeito apesar de não concordar”,  até eu escorregar na minha própria filosofia, e essa alma infeliz, cairá em cima de mim com aquele texto chato cheio de clichés paternalistas. Minha vontade nessa hora é mandar essa gente à puta que os pariu. Até porque eu também, ao criar esse texto, tento fazer com que minha ideia seja comprada por quem a lê, e muitas vezes dou lições de moral a quem acaba escorregando na própria filosofia. Eu andei na mesma escola que todo mundo andou.
Na verdade eu acredito que ninguém tem o direito de impor formas de estar e de agir a seu ninguém. Nem mesmo os pais, e sobretudo os pais, não esqueçam da projeção que os velhos fazem nas crias. Ovaciono o pai que conduz o filho por um caminho cheio de bifurcações e ao chegar nelas mostra os dois lados e deixa o filho escolher sozinho. Amo os amigos que no auge de um problema encharca o ombro de lágrimas alheias mas não abre a boca para arrotar experiencias do que quer que seja. Votaria num político que fosse franciscano mas dificilmente num cristão fervoroso. Me diria parte de um grupo social se o mesmo trouxesse nos ideais uma forma menos idiota de passar a vida tentando fazer as pessoas girarem em torno de mim, pois isso é o que todo mundo faz, e isso acaba ensurdecendo, acaba cegando. Numa solidão esquizofrénica no meio de milhões de pessoas.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Vê TV a cores na Taba de um Índio


Vendo uma matéria sobre índios brasileiros na TV, usando calças jeans, óculos e relógio. Marina Silva, se estivesse morta, estaria se revirando no túmulo. Chico Mendes tá frevando.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Radicalismos

O amor é uma espécie de cancro espiritual, benigno ou maligno, ele mata do mesmo jeito.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

MZB


Paixão a primeira vista, ao primeiro cheiro. Me despiu e decifrou o que podia e o que seria de mau tom fazer mas fez e nem assim me chocou.

Quantas pessoas eu já encontrei assim, quantas vezes entreguei meu peito, meu tempo e simpatia a achar que era uma amizade verdadeira, quantas vezes me preocupei, beijei, deixei meus problemas de lado e abracei as magoas amigas e fui feliz por poder ser útil a quem se ama.

Com ela parece ser tudo diferente, ou talvez meus olhos de menino apaixonado queira ver as coisas dessa forma. Mas essa certeza afectiva não é pelo fato dela conter as características das quais aprecio em uma pessoa mas por enxergar sem julgar e por julgar sem a intenção de dominar.

A vida as vezes no meio de tantas tempestades deixa uma flor nascer com tanta beleza. Eu como jardineiro cansado apenas espero que os ventos não arranquem e levem essa fina flor do meu canteiro que já vi tantas vezes vazio e tantas vezes enchi com flores de plástico.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Listen to me

O dedo de Deus
Os olhos da Medusa
A orelha de Euridice
Meu peito
Tua mente

As sete maravilhas
Os cinco continentes
Um universo em expansão
dois corpos nus
Um quarto a meia luz

As estações do ano
manhã, tarde e noite
Semana cheia
vinte quatro horas por dia
o tempo que durmo

Nossos sonhos esquecidos
Tuas paranóias parvas
Meus dramas
A vida alheia na TV
Essa crise mundial made in USA

A falta do grito
Diga ao povo que fico
Cale sua boca com a minha
As palavra de prata
Um silêncio de ouro