domingo, 26 de outubro de 2008

A vontade própria do coração ou A impontualidade do amor




Acho que é o Veríssimo ou o Jabor que tem uma crónica chamada " A impotualidade do amor" mas remeto esse título a uma coisa mais parecida com a musica "Flor da idade" do Chico e que diz:


"Carlos amava Dora, que amava Lia, que amava Léa,que amava Dora, que amava Rita, que amava Dito,que amava Rita, que amava Dito, que amava Rita, que amava Carlos amava Dora, que amava Pedro, que amava tanto,que amava a filha, que amava Carlos, que amava Dora, que amava toda quadrilha"


No meio dessas cadeias, encontros e desencontros do coração eu fico a imaginar se o mundo não seria mais bonito se pudéssemos mandar nos sentimentos, que não sofrêssemos decepções pelas escolhas mal feitas que nosso peito faz com vontade própria e equivocada como um miúdo de 17 anos que só descobre a merda que fez quando isso vem a tona em forma de problema.


Assim é o coração.


Agente espera que o amor venha de forma romanceada, as mulheres falam que homem é tudo igual e continuam a espera do príncipe encantado e no entanto só andam por brejos escuros e só simpatizam com sapos. Os homens de forma desconcertadas procuram princesas mudas ou objectos que vestem saias e os verdadeiros príncipes são quase todos mudos e não falam as coisas lindas que sentem e os que falam perderam o tacto. Eu gostaria de saber quem foi que criou as mitologias, queria perguntar porque o cúpido é um anjo infantil e pelos vistos estrábico. Ou ir directamente a Deus e perguntar o porque dele ter criado um sentimento tão confuso e esdrúxulo com o qual a vida é angustiante se o temos e pior se não o temos. O porque do frio na barriga, os porquês dos "ses", "se nãos", "poréns" e sobretudo dos medos. Se o amor é essa coisa tão maravilhosa que faz um mundo amanhecer mais colorido, que faz a chuva ser tão gostosa dentro de casa, que faz com que nossa alma fique tranquila, cheia de paz e alegria porque nos causa tanto sofrimento?

Porque que o amor não é uma ciência exacta?


Eu não falo isso apenas pelo prisma de um relacionamento, falo do amor que temos por tudo aquilo que nos apodera o coração... parece coisa do destino mas tudo que nos dá imenso prazer vai sempre se desviando do nosso caminho. Se amamos o teatro ele não consegue ser o eixo das nossas vidas, se adoramos um amigo ele vive em outro universo e sua nave não chega a atmosfera, se você esta apaixonado você não consegue viver sem o alvo, se o amor é de mãe ela não pode viver as 24 horas do dia a o proteger...


O amor é egoísta, como é egoísmo meu achar que o simplifico mas prefiro acreditar que deve haver um jeito de sentir esse troço sem se arranhar nas pétalas das rosas que ele nos oferece ou talvez acreditar que somos nós que não sabemos o dominar. Porque se assim fosse as manhãs explodiriam em multi cores.

1 comentário:

Anónimo disse...

Que grande post!

Que grande medo, sentindo que estou nele incluído, estando prestes a sofrer desse grande mal chamado desencontro.
Li bem?

Ass: ...pela conversa, saberás quem sou.

Um abraço.