
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Um espectáculo que não diz ao que veio.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Sinais
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Aí ele me sai com essas de novo.
Minha Carteira e Eu.

Já a perdi uma mil e quinhentas vezes. Uma vez saí da discoteca pra fumar um cigarro e acabei por debandar com uma turma para uma outra balada e só no outro dia dentro de uma piscina é que lembrei que tinha deixado o casaco no bengaleiro da primeira. O detalhe é que isso aconteceu num sábado e a casa nocturna só reabriria na sexta-feira seguinte. Passei uma semana sem chaves, a bendita carteira, sem lenço e sem documento. Uma vez, mais uma vez saí de outra pista de dança pra fumar um cigarro e deixei-a em cima de um caixote de lixo. Voltei pra farra, dancei mais uma duas horas, e já depois de está numa esquina a conversar é que lembrei de verificar se estava com ela, a sorte é que de madrugada passa pouca gente pelo submundo do Príncipe Real... em fim, o Bruno diz que eu odeio meus objectos pessoais.
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Passatempo
- Que conserve a felicidade dela
- Que eu seja merecedor da minha
- E que o meu Mister Big seja tão "encantador" quanto.
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Nossa obrigação é denuciar?
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Para um amigo que tenho saudades.
terça-feira, 30 de junho de 2009
Agora a tarde
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Não tenho travões (ou roda-viva-boa)

Antes achava que alguns aspectos da minha vida eram excessivos e me sentia culpado por na maior parte do tempo não saber o momento certo de parar, entretanto esse post era pra ter saído dias depois do ultimo com a poesia do David Mourão-Ferreira mas só parei hoje. E porque?
sábado, 6 de junho de 2009
Conheci essa poesia 24 horas depois de me sentir assim mesmo.
E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes
encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.
David Mourão-Ferreira
terça-feira, 26 de maio de 2009
Visão apocalíptica
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Comédia da vida privada

Sexta-feira saio eu do trabalho e vou sozinho ao Tejo bar em Alfama a fim de pegar um texto de teatro com Mané do Café o dono do buteco que havia o encontrado um dia antes no cinema São Jorge. Gosto do clima do estabelecimento, grande parte dos artistas brasileiros aqui de Lisboa depois de tocarem e cantarem pelas rodas de choro, teatros e espaços da cidade migram para tomar a saideira e tocar umas quantas musicas pra quem quiser ouvir ou soltar a voz nas letras de Pixinguinha, Cartola, Noel Rosa, Ary Barroso, Chico e tantos outros.
Depois de três ou quatro cervejas (ultimamente estou imune ao teor alcoólico dela) saio pra fumar um cigarro e na porta vejo um sujeito que fisicamente era meu número, Magro, alto, óculos, cara de bibliotecário, um nariz de deixar Maria Bethania sem fôlego, um charme interessante e um cheiro que me deixou com as antenas ligadas mas isso tudo no curto espaço de 5 segundos, o tempo de ascender o cigarro e baixar a cabeça.
Ao voltar para minha mesa percebi que alguém me olhava, cruzamos pela primeira vez o olhar, mais outro e outra cerveja, mais três cervejas e outros olhares, olhares seguidos de sorriso. Eu já desconcertado pego um livro para fingir que leio (Gota d’água) ao voltar a fecha-lo ele me pede o livro, depois devolve, eu no meu momento Amelie procuro um trecho da peça que se identifique com o momento, fui rápido e dei pra ele ler (isso num bar lotado com umas quatro mesas de distancia) sorriu cheio de malícia no fim da leitura, mais olhar e um músico no bandolim puxa “pela luz dos olhos teus” (tem até um vídeo no youtube, procurem a conta do Tejo bar, foi adicionado no sábado), cantamos quase toda a olhar um pro outro.
No balcão puxei conversa com a amiga e depois trocamos umas palavras. Eu por estar mais perto dos músicos, a amiga pede uma musica, depois o pergunto o que ele que ouvir: “O mundo é um Moinho” disse. Cantei como se tivesse em baixo de uma janela aquela hora mesmo da madrugada.
Me chamaram para mesa, mal sentei, começaram a cantar o tango que fecha a noite do bar. Embaraço, todo mundo começou a pagar a conta.
Eu cumprimento, digo que foi um prazer e vou pra casa, só com o nome, sem telefone e sem a certeza se voltarei a ver.
No sábado voltei lá na esperança que talvez tivesse pensado o mesmo, ledo engano. Ninguém apareceu e eu passei a noite olhado pra cada movimento da porta. Mais uma vez ouvi o tango pra fechar.
terça-feira, 19 de maio de 2009
48 horas
Daqui a dois dias provavelmente fecho um ciclo de 5 anos
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Quantos "V"?
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Olha a veia que salta

Ontem fui a estreia em Lisboa de Gota D’agua do Chico. É difícil pensar em alguém substituir Bibi ferreira no papel de Joana e montar de forma tão boa ou parecida como a montagem de 1975 mas era Chico, em um texto que adoro de paixão. Dificilmente um espectáculo surtiu um efeito diferente em mim senão o de crítico afiado e ranziza. Ontem eu tive que engoli mais uma vez essa pretensão boba de quem muito fala e pouquíssimo faz. Essa é a montagem! Guardem o nome dessa Actriz: Izabella Bocalho.
É de arrepiar a interpretação dessa menina, um monstro em cena, a voz dela retinia no CCB a cada nota que ela subia. Tirando a música “atrás da porta” que continua sendo Elis a melhor interprete, todas as outras ficam na minha mente como sendo as de Izabella a melhor versão. Acho que “bem-querer”, “flor da pele” e “gota d’agua” são as melhores, essa ultima deixa a versão da Bethania no chinelo, era de cortar os pulsos vendo uma Medeia brasileira, macumbeira, suburbana e arrenegada cantar daquele jeito.
O musical começa com “Partido Alto” e de cara já mostra uma realidade carioca que mesmo sendo pernambucano doente devo confessar que é uma das formas mais universais de se mostrar o Brasil, essa promoção nacional que Chico Buarque e Paulo Pontes faz castiga na frase:
Brasileiro é batata, quando ler uma placa “não cuspa na grama”. Não engana, cospe na placa.
Gigolôs, comadres, pomba-giras, sambistas uma feixe de personagens de um mundo que apesar de ter sido criado há 34 anos é ainda actual e novato.
E como é bom ver gente sambar atrás de uma orquestra. Quando o pano desceu e voltou a subir já a plateia estava de pé. Não cheguei a contar mas creio que foram 5 minutos de ovação. Saí de lá com a mesma certeza de vinte poucos anos atrás quando na primeira vez que fui ao teatro e vi Os Saltimbancos. Eu soube naquele dia que meu negócio era teatro. Ao chegar em casa pedi a Deus pra ser merecedor de um dia poder dormir e acordar só pra isso. Isso que me bole por dentro, me sobe as faces e me faz corar, isso que não tem governo, nem juízo.

domingo, 3 de maio de 2009
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Cabide
E se eu fingir e sair por ai na noitada
Me acabando de rir
E se eu disser que não digo, e não ligo, e que fico
E que só vou aprontar
É que eu sambo direitinho, assim bem miudinho,
Cê não sabe acompanhar
Vou arrancar sua saia e pôr no meu cabide só pra pendurar
Quero ver se você tem atitude
E se vai encarar
E se eu sumir dos lugares, dos bares, esquinas
E ninguém me encontrar
E se me virem sambando até de madrugada
E você for até lá
É que eu mando direitinho assim bem miudinho,
Sei que você vai gostar
Vou arrancar sua blusa e pôr no meu cabide só pra pendurar
Quero ver se você tem atitude e se vai me encarar
Chega de fazer fumaça, de contar vantagem
Quero ver chegar junto pra me juntar
Me fazer sentir mais viva
Me apertar o corpo e a alma
Me fazendo suar
Quero beijos sem tréguas
Quero sete mil léguas sem descansar
Quero ver se você tem atitude e se vai me encarar.
Quero ver se você tem atitude e se vai me encarar.
Quero ver se você tem atitude e se vai me encarar.
Aí ele me sai com essa:
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Cristiane é como vinho!



segunda-feira, 20 de abril de 2009
Vinte e poucos anos...
1987/1988 Ou 1989
Eu devia ter uns quatro ou cinco anos. A irmã mas nova de Mainha tinha dez a mais que eu de modo que era mais prima que tia minha (até hoje é assim). Na rua em que hoje ela mora funcionava neste tempo um ginásio chamado: Apolo Academia ou ao contrario não lembro. Só lembro que era num primeiro andar e fui lá uma vez com ela e esse dia nunca mais saiu da minha cabeça. Ela levava-me pra tudo que é lugar e sobretudo quando ia a casa de um namorado que ela teve chamado Gustavo (acho que ela usava-me de álibi pra
escapada pois me enchia de gelados e guloseimas e me fazia prometer que não contava a Vovô). Lembro que ela estava a fazer aeróbica com um monte de mulheres,sentei em uma das maquinas de
musculação a sua espera e ouvi duas musicas que jamais saiu da minha historia. Uma virou uma das minhas também de adolescência. Tempo Perdido dos Legião Urbana.
“Todos os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que passou mas tenho muito tempo, temos todo tempo do mundo”
É engraçado como esse episódio marcou. Nunca que, uma dessas duas musicas tocaram no rádio, num CD em alguma circunstancia ou em qualquer situação, que não fez-me lembrar com nostalgia esse fim de tarde da minha infância como que a tentar lembrar-me que ainda “somos tão jovens”
2009
Hoje estou eu ginásio, duas décadas depois a viver algo que parecia estar reservado para um dia ser vivido. Ao sair do trabalho peço emprestado os fones do Caetano e ele prefere que eu leve o mp3 inteiro.
Malhei uma hora a ouvir uma selecção pop maravilhosa e com a certeza que ninguém tinha algumas pérolas ali contidas num pedacinho de tecnologia igual ao que eu tinha no bolso. Já no final do treino, em cima da elíptica a movimentar braços e pernas no nível onze ouço entrar pelos ouvidos a introdução de Take On Me dos A-HÁ e minha cara se estampou de uma expressão nostálgica que muitos ali não perceberam. Quemolhasse pelos espelhos da sala não faziam ideia onde minha mente estava durante aqueles 4 minutos.
“So needless to say i'm odds and ends but that's me stumbling away, slowly learning that life is ok, say after me: It's no better to be safe than sorry?”
Hoje, não foi uma ruga ou a sensação que o tempo estar a dar sinal que muitas águas já rolaram que me emocionou mas pelo facto de sentir-me como na primeira vez que ouvi essa musica. Vinte anos depois eu vivia o mesmo prazer em cima de outra maquina, com outro corpo, e com anos de acontecimentos e vivências que poderiam transformar esse momento tão simples dos meus tempos de menino em uma gota de agua numa vida chuvosa(graças a Deus) contudo continuo com os mesmos desejos e sentimentos e apesar de viver muitas coisas intensas dentro da alma a maior parte das vezes “I don't know what I'm to say”.
terça-feira, 14 de abril de 2009
Problema seu!
Trabalho num restaurante metido a chic, não se fala alto, não se faz nada que chame a atenção do cliente, normalmente um empresário montado no dinheiro que tenha seu escritório ali pela Avenida de Liberdade, Embaixadores, figurões e a classe alta em geral vivem por lá. Normalmente quando acontece de um bêbado ou mendigo parar na porta, o gerente de forma educadíssima retira-o imediatamente sem que os clientes enxerguem, nunca o vi usar violência. Sábado por exemplo apareceu um que rapidamente subiu avenida acima sem tão-pouco ser notado pelos turistas alemães e espanhóis que passavam o feriado em Lisboa. Hoje, mal a sala começa a compor-se, entra uma senhora, seus oitenta e muitos anos, magrinha do olho bem azul, de chapeuzinho na cabeça e chapéu-de-chuva, gabardine azulinha e luvas, óculos e ar de muito frágil. Entrou e imediatamente sentou numa das cadeiras do hall de entrada. Minha colega foi lá ter com ela. Voltou trinta segundos depois a dizer que a senhora queria comer um pão e um copo de leite. Falou ao gerente o mesmo disse que ali ela não podia comer, que fizessem um galão e dessem três ou quatro pãezinhos do couvert com manteiga e queijo e ela que comesse na praça. Minha colega pede que eu vá avisa-la, eu passo a tarefa para outro colega e essa altura já meu coração estava cheio de uma coisinha que algumas vezes me dilacera de forma irreversível. O colega volta a dizer que ela ficou sem entender o porque de não poder comer ali. Mal ele acaba de me falar ela já estava frente a frente comigo. Eu tentei explicar mas ela parecia sofrer de Alzheimer, não falava coisa com coisa, queria um copo de leite, eu explicava que aquilo era um restaurante, ela pedia a carta…
Eu fui ao meu superior e expliquei a situação ele disse “RESOLVA”, apesar de estar no mais subalterno dos papeis tinha em minhas mãos, logo nas minhas uma tarefa que era dele o gerente. Tentei de todas as formas explicar a senhora, ate me ofereci a leva-la a um café ou pastelaria, ela achou que era um outro balcão ali mesmo, fomos ate o meio da sala, expliquei que era já na proxima esquina, ela volta pra trás, aquela mulher pequenina, quase um cristal a minha vista e com tanta força sobre mim. Minha colega chega com os pães dentro do saco e um copo de leite. Ela vai ao balcão. Pergunta para mim se pode comer. Meus colegas a observarem -me com desespero e a olharem para o “escritório” do chefe (o lugar onde ele costuma estar). Digo que infelizmente não mas que ela pode sentar num banco ali mesmo em frente em baixo de uma árvore. Nesse momento ela me olha séria e com a voz partida e diz-me num português riquíssimo e de forma aristocrata que aquilo é um completo disparate e que não tinha cabimento uma senhora como ela comer na rua. Pediu pra chamar o meu superior.
Um misto de alívio e dor me deu gana pra chegar ao tal sitio e cuspir quatro palavras sem nem olhar pra cara dele. ELA QUER FALAR CONTIGO. E me afastei. Ele chega com um sorriso nos dentes, como se não soubesse do que se passava, puxa uma cadeira da mesa, senta-a oferece uma carta, passa por mim diz para servir a senhora.
Ela tirou a gabardine, pois uns óculos mais estreitinhos e foi lendo devagar cada linha da ementa. Escolheu um risoto e bebeu água. Durante minhas idas a mesa falou-me que tinha família no Brasil, que adoraria conhecer minha terra, que nasceu numa terra em África com um nome de um santo homem que na hora eu nem se quer ouvir. Eu só queria uma explicação dos colegas. O porque desse mal entendido com a senhorinha. Ela não estava a pedir esmola e mesmo se sim, por Deus, ela era uma criatura indefesa. E a raiva de ter sobrado pra mim um papel que preferia não ter. Porque logo eu. Quando ela foi embora levei-a a porta com uma vontade enorme de chorar. Ela agradeceu ao gerente, deixou gorjeta e ao sair deu-me um aperto de mão, sorriu e acenou um adeus tão frágil e quebradiço quanto ela. Eu voltei pra sala puto com todo mundo e parece uma coisa, quando alguém faz uma besteira e o outro paga o pato, fica tentando explicar e remendar a situação, como aconteceu com meus dois colegas e eu só queria esquecer esse momento.
Talvez esta senhora e eu nunca saiamos da lembrança um do outro e pela mais injusta forma. Ela por talvez me ter como um insensível e eu por me ver preso a uma cadeia de poder onde é sempre o mais inferior que vai se fuder enquanto o verdadeiro algoz no último momento sorri oferece a cadeira e lucra com a situação.
sábado, 11 de abril de 2009
Eu, Alice num país de “maravilhas”.

Todos sabem que eu tenho uma relação muito estreita com a vida nocturna, a boémia é um mal de família e a tendência para imprudência também. Quantas vezes enchi a cara, fiz a cabeça ou dei uma dilatada na mente? Talvez umas tantas quantas que se dividisse cada dia e os distribuísse em fins-de-semana o resultado seria que todos finais de semana eu me “coloquei”. E talvez uma necessidade inconsciente de estar em outros estados de espírito e viajar pra outros universos me conduzem a varias sensações que só sendo explicito demais para conseguir explicar. Ser explícito na Internet não é algo interessante por agora mas posso dizer que já sorri muito por besteiras, dancei muito, completamente alucinado pela batida de uma música, quase atingi o orgasmo com uma carícia no meio de uma pista de dança, já vi as luzes da discoteca cintilar e transformar o ambiente, salas em movimento, amigos com outras expressões e sem falar em quedas livres de balcões e estranhamente quase nenhum
arrependimento. Na quinta-feira eu saindo do trabalho e um amigo, convida para uma cerveja, porque não? Apenas expliquei que meu saldo era negativo e ele, óbvio, disse que isso não seria o problema. Quando já eram dez da noite e muitas cervejas roladas decidimos ir a uma festa da qual tínhamos sido convidados e cujo anfitrião já algum tempo vinha querendo ficar comigo. A festa era noutra cidade, mais precisamente na Margem Sul do Tejo e a uns bons quilómetros de Lisboa e leia-se que estava sem um tostão. Fomos de comboio, ao chegar a estação mais próxima da tal quinta um carro veio nos apanhar, pelo caminho já havíamos apanhado também um outro amigo e quando dei por mim estávamos numa espécie de bar/discoteca numa sala privada com três grandes sofás e a sensação de ser uma espécie de atracão da festa pelo facto de todos os olhares estarem voltados pra nós. O tal anfitrião não saiu desta sala e não deixou faltar uísque em nossa mesa e quando o bar fechou as cinco e tantas, fomos directo para uma certa mansão que é famosa por festinhas after hours, continuamos a farra entre convidados a subirem já nus escadaria a cima e outros tantos apenas chapar na sala. Quando o sono (ou a desculpa pró sexo) apareceu em alguns já o sol estava alto e sobrou eu e um certo rapaz. Eu vestido e travado da cabeça aos pés. Ele descalço sem camisa e de calças jeans que estranhamente mesmo contrariando as leis da natureza me fez ficar excitado. Depois de muitas horas de música quando os outros convidados “acordaram” fizeram um churrasco no jardim da casa e eu as três da tarde, fui ao outro lado da casa onde ninguém me visse e fiz uma oração, por ser três horas da sexta-feira santa e por mais que não seja católico guardo resquícios dos tempos que fui e também porque pela primeira vez cheguei a pensar que
aquilo tudo não me preenche como antes. Continuei na festa óbvio pois continuava numa casa enorme no meio do nada e não fazia ideia de como lá sair mas com a certeza de que não queria ver a noite chegar. Bobagem a minha. Para encurtar a história sai de lá eram dez da noite a contra gosto de todos pois estavam a planear voltarem para o tal bar/discoteca e depois

voltarem a casa (creio que essa festa só acaba domingo), eu e meu amigo fomos conduzidos até a estação e exactamente vinte quatro horas depois estávamos nós no comboio de volta a Lisboa e só então lembrei que havia combinado com a minha mãe de ligar as três horas da tarde da sexta-
feira para desejar boa pascoa a família (que também estavam na farra de certeza absoluta), nesse momento tive um certo arrependimento, principalmente pelo vazio que na verdade essa
festa me trouxe. Nesse país de maravilhas que essas noites oferecem à Alice, tudo é tão fictício, nada sobra depois que o efeito passa. Acho que cansei de fugir das coisas que realmente me trazem prazer mas que por medo de vive-las acabo por aboli-las da minha vida porque essas
festas só trazem de contra indicação esse certo arrependimento ao passo que um amor verdadeiro, uma tarde no sofá com alguém especial, um fim-de-semana com vinte amigos na praia ou um almoço de pascoa em família acarreta em muitos outros pormenores sentimentais que eu enquanto Alice e covarde que sou,
fujo. Eu, o coelhinho da pascoa, o coelhinho do relógio e eles somos todos igualzinhos a minha família.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Parcas
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Carta para uma amiga distante

Eu só queria que você soubesse que tudo isso foi só um susto e que no final das contas as vezes é só uma sacolejada da vida, só um aviso que o mundo tá girando, é cliché o que se tem pra dizer nesses momentos, eu não sei como está teu coração, apesar de não concordar com tua posição, aceito, acato e se precisar defendo-a perante os acontecimentos.
11 dias em fevereiro
sábado, 14 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Salve os troncos (ou mente vazia, oficina do Diabo)

Essa é a Avenida em que vivo. No terceiro prédio amarelo a contar da esquina. Já postei aqui o quanto gosto desse endereço e por vários motivos. Esse prédio rosa em frete aos prédios amarelos é um Hospício chamado Júlio de matos, ele é uma piada pronta que eu uso quase sempre quando me perguntam onde moro eu respondo sempre: Sabe o Júlio de Matos? Eu moro em frente, porque quando fico nervoso só faço atravessar a rua...
A Mafalda minha amiga e vizinha mora no primeiro prédio amarelo e perto dessa esquina há um Mac Donalds para os dias de desgraça e recentemente abriu um cinema com quatro salas onde em tempos foi o Cinema Alvalade um dos símbolos do bairro nas décadas de 50, 60 e 70, fui domingo lá, é super prazeroso sair de casa 10 minutos antes da última sessão. Entrar no escuro da sala de projecção e sair duas horas depois e caminhar de volta ao quentinho de casa a sentir o filme ainda fresquinho sem se distrair com o transporte, o cartão de estacionamento, o rádio do carro e os sinais de trânsito é deliciosamente relaxante.
Essa área verde em cima da Igreja que há por trás dos prédios amarelos é o Parque da Bela Vista onde acontece o rock in rio e onde a Madonna fez o ultimo show em Lisboa, nos dois eu saí de lá bêbado e em 5 minutos estava em casa. Em frente a Igreja forma-se uma Avenida chamada mesmo assim, Avenida da Igreja que tens uns cafés bonitos e umas senhoras chiques como paradas no tempo a circularem pelas lojas.
O supermercado em que faço compras (atrás do ultimo prédio amarelo) é recheado de gente bonita, como as Avenidas (Av. do Brasil, Da Igreja, de Roma e Av. do Rio de Janeiro) que costumo vaguear no final das tardes de domingo e manhãs de sábado. Gosto de subir ao terraço no 8º andar e ver a paisagem eclética que se avista, um pedaço do Tejo, a pista do aeroporto atrás do teto do hospício, o Estádio de Alvalade, as árvores também do Hospício… Em fim, eu gosto mesmo de viver aqui.
Antes de ontem de manhã ao sair de casa, reparei que as arvores estão a ser isoladas, uma placa da câmara informava aos interessados de ali estacionar que até sábado estariam a fazer limpeza nas mesmas. Pensei; por ser inverno, por precaução dos galhos secos não caírem em cima dos transeuntes.
Ao voltar para casa constatei que no inicio da Avenida haviam cerrado três delas. Deu uma pena, uma sensação esquisita de perda, na história da Avenida, na imagem dela. Talvez eu me apegue demais a essas pequenas coisas mas mexeu muito com minha cabeça, ou tenha tempo demais para pensar besteiras. Prova disso é por exemplo: eu estar ontem no ginásio a suar forte e feio e a admirar uns tantos quantos shorts apertados em coxas grossas e em actividade. Entre uma sessão de 20 abdominais e outra, parava a admirar aqueles rabos e a pensar como se fosse um Deus: Homem quando estivesse a fazer esforço físico bem que podia ter alguma espécie de estimulo para que através de uma maior circulação sanguínea ou maior produção de um hormônio masculino qualquer ficassem em estado de erecção. Pensei nisso quase tendo uma e ao mesmo tempo e a concluir que esses hormônios imaginativos da minha parte vão directo pró espaço vazio. Sobe para cabeça e eles alternam as flexões a se exibirem narcisistas em frente aos espelhos. Fui pró banho com o corpo cansado e a mente a passear por Obras de construção, empresas de transportes, armazéns e Quartéis do Exército.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Salve o samba, salve a Santa, salve Ela...


Dona da minha cabeça
domingo, 1 de fevereiro de 2009
Pra não dizer que não falei das flores
Essa semana que acabou rolou uma série de coincidências que fez com que esse post saísse essa hora, com esse tamanho e cheio dessas coisas e questões que involuntariamente eu acabei por despertar. Terça-feira Well convidou-me para assistir a estreia do alemão “O complexo de Baader Meinhof” de Uli Edel. Passado nos anos 70 e narrando a historia de um grupo de jovens que lutavam de forma agressiva pelo bloqueio ao já desenfreado imperialismo americano, baseado nos atentados terroristas acontecidos em Berlim e até ao fatídico acontecimento das olimpíadas de 72 em Munique, na sala de exibição eu e Well ainda brincamos com uma cena que fez lembrar uma cena a mini-série “Anos rebeldes” de Gilberto braga e Direcção de Denis Carvalho e uma outra o filme “O que é isso companheiro?” de Bruno Barreto inspirado no livro de Fernando Gabeira. Anos rebeldes falava do golpe militar sofrido pelo Brasil em 31 de Março de 1964 dando inicio aos anos de chumbo que foi a ditadura militar e “O que é isso companheiro?” narrava a história do sequestro vivido pelo então embaixador dos Estados Unidos no Brasil Charles Burke Elbrick em Setembro de 1969 por dois grupos que lutavam contra a ditadura militar. Ao sair do cinema ainda com aquele gosto político na boca acabei por lembrar de uma outra mini-série brasileira dessa vez uma produção mais recente (2008) tratava-se de “Queridos Amigos” de Maria Adelaide Amaral e Direcção de Denise Saraceni. Eu havia visto a meses atrás o primeiro episódio mal e porcamente no youtube e havia gostado porem a falta de qualidade e paciência que os vídeos no youtube exigem me fez abortar a ideia. Porem depois do filme acabei por me deixar levar pela curiosidade e até sábado a noite devorei os 24 capítulos, dessa vez a história que também é baseada em factos reais vividos Por Maria Adelaide e seus amigos entre torturados e exilados que se encontram em Dezembro de 1989 e através desse reencontro acabam por relembrar e trazer a tona sentimentos do passado. Uma delícia de serie, actores fabulosos encabeçados por Fernanda Montenegro e uma trilha sonora que mais parecia meu MP3 (Só na voz da Elis tem umas 7 musicas), eu não sei o que mais me prendeu nesta produção se o facto da mesma tratar de assuntos como a ausência do amor, a saudade, as frustrações, as relações mal vividas e os fantasmas do passado ou por ter esse conteúdo histórico fantástico que temos que dar o braço a torcer está impecavelmente reproduzido nos mínimos detalhes pelo inconfundível padrão globo de qualidade.
Eu gostaria muito de ter vivido nessa época, a juventude era mais activa e hoje nem rebelde sem causa existe. Descobri o quanto sou influenciado pela época dos anos de chumbo. A música que eu ouço hoje vem desse tempo, a minha maior referência teatral brasileira é Nelson Rodrigues e Cacilda Becker que naquele tempo sofreram o peso da censura em suas obras. Todo mundo sabe que Chico Buarque de Holanda é o grande amor da minha vida a seguir vem Cazuza que representa a geração dos anos 80 apelidada pelo também contemporâneo dessa época Renato Russo de “Geração Coca-Cola”, o Cazuza tem tanta influencia nas minhas coisas que o nome desse blogue é uma frase dele assim como todo texto de teatro meu também tem uma frase dele.
Eu passei o dia hoje a tentar entender onde foi que essa geração deixou os ideais daquele tempo e não só, o sentido de sociedade e o pensamento colectivo sumiu. A humanidade chegou a um ponto que é tanto problema social, é tanto descaso e ignorância que já não vale a pena acompanhar a politica, a TV manipula a informação, os governantes são verdadeiras personagens canastronas cada vez mais distantes de cumprirem seus verdadeiros papéis e o povo cada vez mais cegos, surdos, mudos e debilmentais em seus sofás cobertos com a manta da ignorância e com as bocas escancaradas cheias de dentes esperando a solução chegar e as crianças cada dia menos crianças e cada vez mais precoces no sexo, no consumismo e na futilidade. Eu já sou de um tempo que poucas coisas eram um caminho para esperança ou lá como se chama essa necessidade de justiça social. Me arrependo de olhar para trás e lembrar apenas de uma manifestação pela reforma de um teatro em Recife em cima de uma andas (perna-de-pau), com o microfone na mão a gritar as palavras de ordem contra meu primo então prefeito da cidade, meu trabalho nas favelas através do Unicef e do teatro, a apresentação da Parada gay 2003 de Recife não pelo movimento gay (cada vez mais distante de um ideal político) porem mais por influencia do Movimento Feminista de Pernambuco que através do Unicef eram minha “patroas” e o facto de ser o único da minha família a votar em candidatos do PT e não no hereditário PFL começando nos meus Avós e terminando na empregas. Eu falo serio quando digo que me preocupa a fome que as pessoas passam contudo ao mesmo tempo sou hipócrita quando me vejo tão de mãos atadas para o que diz respeito ao meu papel na sociedade.
Fui ao cinema já no fim do domingo ver o filme novo de Gus Van Sant, “Milke” onde Sean Penn vive o primeiro homossexual a ocupar um cargo público nos Estados Unidos. A vida as vezes nos conduz a uma serie de acontecimentos que faz você se questionar por vários motivos. A nossa necessidade de morar e comer multas vezes nos afastam até daquilo que gostamos de fazer mas fazer algo pela sociedade usando como instrumento aquilo que você sabe fazer deve ser algo que peço a Deus um dia poder.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
O outro lado da História

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Barack som sistema!

post de número 69
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
As flores de plástico não morrem.

domingo, 11 de janeiro de 2009
Campanhã
minha alma excita o espirito quase morto
e me mostras janelas e nelas roupas.
Saudades te sinto e nunca tão poucas,
quando volto aqui e piso e lembro
da falta que num ano faz outro Dezembro.
Pois teu rio molha meu olho de alegria
como se minha alma em Miragaia nascia
e ainda menino pelo Douro, num baláio fugisse
atravessasse o mar e me criasse em Recife
e quem sabe de Olinda fizesse o meu quintal
e só mais tarde crescesse e voltasse a Portugal.
Se mais uma vez chorasse ao ouvir uma canção a toa.
Cantar meu tropicalismo, dormir e sonhar em Lisboa.
Mas no instante em que tuas pontes atravesso,
juro por Deus que te amo e insano confesso
que sem ti velha cidade talvez não viveria,
eu sem tua foz furada de certo não resistia.
Quando te vivo chego a ser como um falso profeta,
esqueço que só sou teatro e sonho que sou poeta
Te ver assim tão fria deixa-me por ti dominado.
Tua baixa ribeirinha deixa o peito arritimado
pois desta terra os mais bonitos são esses tripeiros,
esses rapazes de portes precisos e olhares alheios
De pernas roliças, narizes, caricias e rabos tão fartos
arrancam o meu espírito e o corpo levam pros quartos
Mas fujo no próximo comboio, acelerado, rápido e preciso
correndo sem olhar pro lados, chorando, sorrindo e indeciso
domingo, 4 de janeiro de 2009
Voltando pela 1 548 928ª vez...
Cada um segura ele um pouquinho...