domingo, 11 de janeiro de 2009

Campanhã

Ai Cidade Invicta meu seguro Porto,
minha alma excita o espirito quase morto
e me mostras janelas e nelas roupas.
Saudades te sinto e nunca tão poucas,
quando volto aqui e piso e lembro
da falta que num ano faz outro Dezembro.
Pois teu rio molha meu olho de alegria
como se minha alma em Miragaia nascia
e ainda menino pelo Douro, num baláio fugisse
atravessasse o mar e me criasse em Recife
e quem sabe de Olinda fizesse o meu quintal
e só mais tarde crescesse e voltasse a Portugal.
Se mais uma vez chorasse ao ouvir uma canção a toa.
Cantar meu tropicalismo, dormir e sonhar em Lisboa.
Mas no instante em que tuas pontes atravesso,
juro por Deus que te amo e insano confesso
que sem ti velha cidade talvez não viveria,
eu sem tua foz furada de certo não resistia.
Quando te vivo chego a ser como um falso profeta,
esqueço que só sou teatro e sonho que sou poeta
Te ver assim tão fria deixa-me por ti dominado.
Tua baixa ribeirinha deixa o peito arritimado
pois desta terra os mais bonitos são esses tripeiros,
esses rapazes de portes precisos e olhares alheios
De pernas roliças, narizes, caricias e rabos tão fartos
arrancam o meu espírito e o corpo levam pros quartos
Mas fujo no próximo comboio, acelerado, rápido e preciso
correndo sem olhar pro lados, chorando, sorrindo e indeciso

1 comentário:

Unknown disse...

Oi migo passei por aqui...
Achei super voce. Se liga no link:
http://www.youtube.com/watch?v=bRWfUNDgUrQ